O hospital de campanha anexo ao Hospital de Messejana teve suas atividades iniciadas com a abertura de 35 leitos de enfermaria nesta terça-feira (12), destinados ao atendimento de pacientes de média complexidade diagnosticados com Covid-19.
A unidade anexa foi montada no estacionamento da unidade e vai receber pacientes encaminhados pelo próprio hospital, reforçando o atendimento a pessoas diagnosticadas ou mesmo com suspeita da doença.
O Hospital de Messejana conta hoje com 253 leitos, sendo 74 de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 144 de enfermaria, todos voltados para o tratamento do novo coronavírus, conforme a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
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Desde o início da pandemia, ressalta a secretaria, o hospital vem reestruturando seus leitos para o enfrentamento da doença.
“Nós conseguimos montar leitos de UTI para os pacientes mais graves e separamos enfermarias, nas unidades de internação, para os pacientes de média complexidade. O hospital de campanha vem ampliar essa assistência, com mais 35 leitos de média complexidade. Tudo o que estamos fazendo é para atender da melhor forma possível os nossos pacientes”, afirma o diretor-médico do Hospital de Messejana, Carlos Augusto Santos.
Além da inauguração do hospital de campanha, foi implantado na unidade um gabinete de crise, que otimiza os atendimentos a pacientes com Covid-19.
A ação foi desenvolvida dentro do Lean nas Emergências, projeto do Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio-Libanês.
100% de ocupação
Até as 8h desta quarta-feira (13), todos os leitos do Hospital de Messejana estavam 100% ocupados, segundo aponta a plataforma IntegraSUS, da Sesa.
Devido à alta demanda, em decorrência da pandemia da Covid-19, a unidade registra uma movimentação intensa de pessoas. Nos últimos dias, acompanhantes denunciaram que devido à lotação os pacientes, inclusive idosos, chegam a ser atendidos em cadeiras em meio à aglomeração dos corredores.
Pessoas com outros problemas de saúde dividem o mesmo espaço com pessoas que estão lá com suspeita da Covid-19.
Mais de 90 mortes em 24 horas
A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) contabilizou 91 mortes confirmadas de Covid-19 nas últimas 24 horas. O dado foi registrado na atualização das 17h08 de ontem da plataforma IntegraSUS. Ao todo, o Ceará tem 1.280 mortes confirmadas por coronavírus, com 18.412 casos. A taxa de letalidade é de 6,95%.
De acordo com a pasta, a partir da divugação diária de casos, o número de óbitos confirmados hoje é o terceiro maior desde o início da contaminação no Estado. O recorde, até agora, foi contabilizado no dia 2 de maio, 99 mortes, e o segundo período mais preocupante foi dia 8, com 94 vítimas que não resistiram ao avanço da doença.
A Sesa anota, ainda, 385 óbitos suspeitos em investigação no Estado. A classificação acontece quando a vítima apresentava sintomas de Síndrome Gripal (SG) ou de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
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Em casos de SG, o indivíduo apresenta quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta ou coriza ou dificuldade para respirar - com início dos sintomas nos últimos sete dias.
Considera-se suspeita, em relação às crianças, aquela que também apresentar obstrução nasal, na ausência de outro diagnóstico específico. Em idosos, a febre pode estar ausente, mas devem também ser considerados critérios específicos de agravamento sincope, confusão mental, sonolência excessiva, irritabilidade e inapetência.
Testes
Foram realizados 47.995 testes para Covid-19 no Ceará - segundo dados do IntegraSUS. As amostragens foram de RT PCR (35 mil), Teste Rápido (11.764) e Sorologia (1.231).
Um levantamento do Sistema Verdes Mares, na sexta-feira (8), apontou o Estado como o 2º do Brasil em número de testes, com 34.159 na época. O índice era menor apenas que o de São Paulo, com 59.800.