A Secretaria da Saúde (Sesa) aprovou uma lista com 26 cidades do Ceará que poderão receber doses da vacina Pfizer/Comirnaty contra a Covid-19, no intuito de ampliar a Campanha Nacional de Vacinação no Estado.
Até então, devido às condições de armazenamento do imunizante a baixas temperaturas, o Ministério da Saúde havia recomendado a distribuição inicial dele somente entre as capitais.
O documento que lista as cidades tem o aval da Comissão Intergestores Bipartitite (CIB-CE) e foi asisnado pelo Secretário Estadual da Saúde, Dr. Cabeto, e a vice-presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems), Sayonara Cidade.
Os detalhes sobre como será realizada a operacionalização das doses nas localidades, bem como a data de envio das vacinas e a quantidade de imunizantes serão discutidos com cada município.
No entanto, no último dia 12, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) forneceu apoio - em uma carta de intenção enviada ao Governo juntamente com os municípios de Aquiraz, Eusébio, Itaitinga e Horizonte - para armazenar doses da Pfizer na sua sede local, situada no Eusébio.
A Sesa informou que nesta quinta-feira (20) deve divulgar mais informações sobre a distribuição das doses da vacina da Pfizer no Ceará.
Segundo o documento, além de Fortaleza, estão aptos a receberem a vacina as cidades:
- Acaraú
- Aquiraz
- Aracati
- Barbalha
- Baturité
- Brejo Santo
- Camocim
- Canindé
- Caucaia
- Crateús
- Crato
- Eusébio
- Horizonte
- Itaitinga
- Juazeiro do Norte
- Icó
- Iguatu
- Itapipoca
- Limoeiro do Norte
- Maracanaú
- Quixadá
- Russas
- Sobral
- Tauá
- Tianguá
Segundo o imunologista e professor do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará (UFC), Edson Teixeira, a disseminação da Pfizer vai auxiliar no processo de vacinação dos municípios, visto que, atualmente, estão havendo atrasos no fornecimento da CoronaVac no País e há a suspensão da AstraZeneca em gestantes e puérperas.
“Se há essas vacinas disponíveis é importante que a gestão estadual faça esses remanejamentos para que ocupe as equipes e garanta a imunização dessas pessoas o mais rapidamente possível”, explica.
Além disso, Edson ressalta que é preciso ter muito cuidado no armazenamento dessas doses, visto que a tecnologia utilizada para criar a vacina da Pfizer é muito nova, criada a partir de um ácido nucleico - RNA Mensageiro - que deve ser mantido a baixas temperaturas para manter a sua capacidade de estímulo à resposta imunológica.
Tem que se tomar todos os cuidados, visto que nós não podemos perder doses nesse momento tão crítico da nossa situação sanitária”
De acordo com atualização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os frascos da vacina devem ser mantidos em temperaturas de -90 ºC a -60 ºC, mas podem ficar armazenados entre -25 ºC e -15 ºC durante duas semanas. Caso sejam retirados do congelamento, a orientação é que permaneçam entre 2 ºC e 8 ºC por até cinco dias.
Vacinação no Ceará
O especialista Edson Teixeira destaca ainda que, apesar de o processo de vacinação no Estado estar ocorrendo na mesma proporção que as vacinas tem chegado, ele tem acontecido de maneira lenta devido à falta de imunizantes suficientes no Brasil.
"Temos capacidade para produzir um maior número de aplicações, mas infelizmente, diante do quadro que se estabeleceu desde o início da pandemia, nós não temos vacinas suficientes para chegar a 2,5 milhões de vacinados por dia no país", expõe.
Até o dia 17, segundo a Secretaria da Saúde, 2.426.479 doses de vacinas contra a Covid-19 foram aplicadas no Ceará. Destas, 1.516.820 foram destinadas à primeira dose e outras 909.659 à segunda. Já em Fortaleza, 502.508 imunizantes foram aplicadas na D1 e 309.190 na D2.