Torcedor que invadiu campo em Portugal x Uruguai está banido da Copa do Mundo

Italiano entrou no gramado com bandeira LGBTQIA+, além de camisa em solidariedade à Ucrânia e mulheres iranianas

O torcedor que invadiu o gramado na vitória de Portugual por 2 a 0 sobre o Uruguai, teve seus documentos confiscados e está proibido de assistir outras partidas. O italiano Mario Ferri entrou com bandeira LGBTQIA+, além de camisa em solidariedade à Ucrânia e mulheres iranianas.

O protestante italiano tinha ingressos para outros confrontos do Mundial, mas foi proibido pelo comitê organizados da competição no Catar. Todas as entradas foram canceladas e Mario Ferri fica de fora do restante da Copa do Mundo.

Ferri foi liberado pelas autoridades cataris, após o episódio pela segunda rodada do grupo H. Depois do ocorrido, o italiano se encontrou com Gianni Infantino, presidente da Fifa, ocasião que aproveitou para rechaçar qualquer outra invasão.

Confira a nota do comitê organizador

"Após a invasão de campo na última noite durante a partida entre Portugal e Uruguai, podemos confirmar que o indivíduo envolvido foi liberado logo após ser removido do campo. Sua embaixada foi informada. Como consequência de suas ações, e como de praxe, seu Hayya Card foi cancelado e ele foi banido de estar em futuras partidas neste torneio", informa o comitê.

O "Hayya Card" é um cartão destinado a turistas com ingressos para acompanhar a Copa do Mundo. Sem o "passaporte" para entrada nas arenas, o italiano pode ficar no país, mas sem acesso aos jogos.

SEM MANIFESTAÇÃO POLÍTICA

Durante o Mundial, a Fifa proíbe manifestações de cunho político nos jogos. Porém, essa determinação vem sendo driblada por algumas equipes. Atletas da Alemanha cobriram a boca com a mão antes do jogo com o Japão, após a entidade censurar a braçadeira de capitão em alusão ao movimento LGBTQIA+.

Além dos alemães, outras seleções manifestaram insatisfação com a determinação da entidade máxima do futebol. País de Gales tem usado bandeirinhas com cores de arco-íris no seu Centro de Treinamento no Catar.

REPRESSÃO NO CATAR

O país árabe enfrenta onda de processos nas redes sociais devido a situação dos direitos humanos. Mulheres, membros da comunidade LGBTQIA+ e trabalhadores migrantes são os que mais sofrem com certas medidas.

De acordo com a Anistia Internacional, o Catar é um dos 70 países do mundo onde as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são criminalizadas. As penas para quem infligir à lei do país pode ser de sete anos de prisão por violação dos artigos 285 e 296 do cófigo penal.

As mulheres, por exemplo, sofrem com a discriminação no país árabe. Elas ficam subordinadas aos seus tutores do sexo masculino, seja pai, irmão ou marido, para qualquer tomada de decisão.