Números de Vovô e Leão no 1º turno mostram necessidade de evoluir

Com campanhas praticamente idênticas, Ceará e Fortaleza buscam, sobretudo, por maior efetividade nas finalizações para garantir permanência na Série A. Equipes precisam estar mais atentas na 2ª metade do campeonato

Igualdade na quantidade de pontos, com mesmo número de vitórias, empates, derrotas e aproveitamento. Ceará e Fortaleza fecharam o primeiro turno da Série A do Brasileiro com campanhas praticamente idênticas. Ocupando a 13ª colocação, o Alvinegro está uma posição acima do rival pelo saldo de gols (um positivo, enquanto o Tricolor tem saldo negativo de quatro). Os números comprovam o equilíbrio dos dois cearenses na primeira metade do Brasileirão, mas também apontam o que deve ser corrigido para que ambos conquistem o objetivo da permanência ao fim do campeonato.

O primeiro aspecto a se evoluir é o sistema ofensivo. Alvinegros e tricolores têm pecado na hora de definir as jogadas e só não possuem desempenho ainda melhor na tabela por conta do baixo aproveitamento nas finalizações.

De acordo com o site FootStats, especialista em estatísticas futebolísticas, o Vovô é o 5º time que menos finalizou no primeiro turno. Ao todo, foram 208 jogadas finalizadas, com média de 10,9 por partida. Ocupando a 6ª colocação neste ranking, o Leão do Pici também tem desempenho abaixo do esperado no quesito, com um total de 213 finalizações nos 19 jogos que fez, possuindo média de 11,2 por jogo.

Além do número de finalizações, o baixo índice de acerto de ambos é algo que preocupa ainda mais. Ao todo, 60,6% das finalizações do Alvinegro sequer vão na direção do gol, enquanto a taxa de erros do Tricolor é de 58.7%. Tais aspectos ficaram ainda mais evidentes nas últimas rodadas. Em quatro dos últimos cinco jogos, o ataque do Ceará passou em branco. Só conseguiu marcar duas vezes, no empate contra o Corinthians. O resultado é que, nestes 15 pontos disputados, o time só conquistou dois. Contra o Botafogo, foram 23 finalizações e nenhum gol marcado.

O aproveitamento lembrou o do Fortaleza contra outro time carioca, o Fluminense, em que a equipe cearense concluiu 18 vezes, não marcou nenhum gol e ainda acabou perdendo por 1 a 0.

Os resultados são emblemáticos por mostrarem que, em muitas partidas, os times têm se portado bem e criado oportunidades de gol. O problema é na hora de definir.

Defesas opostas

Se têm números semelhantes no aspecto ofensivo, Ceará e Fortaleza se diferenciam no quesito defesa, em que o Tricolor mostra mais problemas. O time comandado por Zé Ricardo é o 6º mais vazado da competição, com 26 gols sofridos, enquanto o Vovô tem 20 gols contra. Detalhe preocupante é que o Leão sofreu gols em 16 dos 19 jogos.

Mandantes e visitantes

Se conseguirem repetir o desempenho do primeiro turno na segunda metade do campeonato, é bem provável que ambos garantam a permanência na Primeira Divisão para 2020. Do lado do Fortaleza, porém, é preciso melhor aproveitamento dentro de casa. O Tricolor é o 5º pior mandante da Série A, com quatro vitórias, quatro derrotas e um empate. O aproveitamento é de 48,1% dos pontos disputados, e o time perdeu três dos últimos quatro jogos diante do seu torcedor.

Do lado do Ceará, a necessidade é de evolução atuando fora de casa. O Ceará é o 4º pior visitante da competição, com seis derrotas, dois empates e apenas uma vitória, sobre o lanterna Avaí, por 2 a 1, pela 6ª rodada.

Caminho mais difícil

A missão dos times cearenses será complicada no segundo turno, mas, considerando os mandos de campo e a sequência de adversários, a jornada do Fortaleza promete ser mais complicada que a do Ceará no segundo turno. Isso porque o Tricolor terá maior quantidade de jogos de grande grau de dificuldade (ver gráfico na próxima página).

Prova é que, logo nas quatro primeiras rodadas, o Leão enfrentará Palmeiras (em casa), Athletico/PR (fora) e São Paulo (fora). Além disso, nos jogos que fará em casa, o que garante vantagem por atuar diante de seu torcedor, vai encarar Flamengo, Santos e Grêmio, o que eleva a dificuldade de pontuar como mandante.

Torcidas marcantes

Nas arquibancadas, as torcidas de Fortaleza e Ceará têm feito bonito. O Tricolor detém a 5ª melhor média de público da competição, com média de 30.697 pagantes por partida, enquanto o Alvinegro ocupa o 7º lugar no ranking, com média de 26.806 torcedores em cada jogo.

Com isso, o Estado do Ceará é o segundo que tem melhor média de público pagante no Brasileirão.

Juntos, os times possuem média de 28.649, ficando atrás apenas do Estado de São Paulo. Palmeiras, Santos, Corinthians e São Paulo, os quatro clubes paulistas do Brasileirão, possuem, juntos, média de 29.620 pagantes por partida.

"Reforços" em casa

Dia 27 de setembro se encerra o prazo de inscrições de jogadores para a Série A do Brasileiro. É a data-limite que Ceará e Fortaleza têm para acertar contratações. Entretanto, a tendência é que os dois apostem em "reforços" que já estão nos clubes.

No caso do Fortaleza, a principal expectativa é pela volta do atacante Ederson. Após lesão no joelho que o afastou dos gramados desde abril, ele já retomou os trabalhos com bola e deve ser opção no decorrer do 2º turno.

Do lado alvinegro, quem é visto como possível "reforço" é o meia-atacante Juninho Quixadá. Assim como Ederson, ele ficou afastado muito tempo por conta de lesão, e atuou em somente um jogo na Série A, contra o Internacional. Porém, vem atuando na Taça Fares Lopes para ganhar ritmo de jogo e virar opção para o técnico Enderson Moreira.