O movimento internacional de atletas "Global Athlete" lançou nota neste domingo (14) exigindo que o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paralímpico Internacional (CPI) retireM a regra 50 da Carta Olímpica, que proíbe protestos políticos, raciais ou religiosos durante as Olimpíadas.
"Por muito tempo os atletas tiveram que escolher entre competir em silêncio ou defender o que é certo. É tempo de mudança. Todo atleta deve ter poderes para usar suas plataformas, gestos e vozes. O silêncio da voz do atleta levou à opressão, o silêncio levou ao abuso e o silêncio levou à discriminação no esporte. Pedimos ao COI e ao IPC (Comitê Paralímpico Internacional) que ponham fim a essa hipocrisia, apoiem seus atletas e anulem a regra 50. Os atletas não serão mais silenciados", afirma a nota do grupo.
A demanda veio após Thomas Bach, presidente do COI, dizer que atletas que protestassem nos Jogos de Tóquio por causas políticas seriam punidos. Porém, o mandatório voltou atrás depois de reação nas redes sociais.
De acordo com o "Global Athlete", a proibição não respeitaria o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz:'Todo mundo tem direito à liberdade de opinião e expressão'.
O movimento ganhou força após a morte do norte-americano George Floyd, homem negro asfixiado por um policial em Minneapolis, que gerou ondas de protestos nas ruas dos EUA e do mundo.