A mãe do campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo declarou, nesta segunda-feira (8), que o policial militar responsável pelo disparo que matou o atleta também praticava a arte marcial e já conhecia Leandro. Segundo ela, a confusão foi provocada por ele propositalmente em show de pagode no Clube Sírio, localizado na Zona Sul de São Paulo.
"A pessoa conhecia ele, porque era do jiu-jitsu também, e acabou acontecendo. A pessoa já foi para isso, com certeza já foi pra isso, só que a gente não sabe o porquê", disse Fátima Lo na frente do cemitério onde o corpo de Leando foi velado.
Em entrevista concedida à TV Globo, Fátima questionou o que teria motivado o policial militar. "Porque não tem explicação, a forma estúpida que aconteceu. Porque ele provocou uma confusão, gente, justamente para o Leandro reagir e nessa ele tirou a vida do meu filho", declarou.
Leandro Lo foi velado no Cemitério do Morumby, na Zona Sul de São Paulo. O atleta de jiu-jitsu foi baleado na cabeça pelo tenente da Polícia Militar (PM) Henrique Otávio Oliveira Velozo durante show da banda Pixote.
Henrique foi preso ainda no domingo (7), após se apresentar na Corregedoria da PM. A prisão foi pedida pela Polícia Civil e, por determinação da Justiça, ele deve permanecer preso por 30 dias.
"Meu herói, lindo da mãe! Você foi um presente de Deus na minha vida. Vou sentir tanta sua falta, tá faltando um pedaço de mim. Te amo eternamente filho amado. Guardarei as lembranças boas que foram muitas", escreveu Fátima.
Ainda na manhã desta segunda-feira (8), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo confirmou que o PM detido foi encaminhado ao Presídio Romão Gomes, onde deve permanecer à disposição da Justiça.
Tiro após confusão
O campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Pereira do Nascimento Lo, 32 anos, foi baleado numa festa dentro do Clube Sírio, no bairro de Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada do domingo. Segundo o advogado do lutador, foi confirmada a morte cerebral.
Leandro Lo levou um tiro na cabeça após discussão durante o show.
Segundo o advogado da família, Ivã Siqueira Junior, a vítima teve uma discussão com o policial militar identificado e, para acalmar a situação, imobilizou o homem. Após se afastar, o rapaz sacou uma arma e atirou uma vez na cabeça do lutador.
O advogado conta que, após o tiro, o autor ainda deu dois chutes na vítima no chão e fugiu em seguida. Poucos teriam ouvido o barulho do tiro, uma vez que o som estava alto em função do show.