Com pouco mais de 38 mil sócios-torcedores atualmente, o Fortaleza estuda fazer uma mudança no processo de check-in. Com o intuito de que os tricolores que o fizerem realmente compareçam ao estádio, o Tricolor pensa em passar a cobrar pela reserva do assento, mas devolver o valor se o associado de fato for ao jogo.
A medida, que ainda está no campo das ideias, foi explicada pelo CEO do Fortaleza, Marcelo Paz, em entrevista à Verdinha FM, nesta segunda-feira (3). "O que nós estamos pensando é de cobrar pelo check-in. Na hora que cobrar pelo check-in, o cara que fizer ele vai pro jogo. Se ele for para o jogo, a gente está pensando em devolver o dinheiro. Ele paga o valor, vai para o jogo e o dinheiro volta pro crédito dele. Não foi para o jogo, o dinheiro fica", disse.
O dirigente fala à respeito de divergências entre o número de sócios-torcedores confirmados de maneira antecipada e a contagem geral no borderôs das partidas que o clube faz como mandante. "Esse é um problema, as pessoas fazem o check-in, não vão para o jogo e a gente deixa de atender sócios-torcedores que teriam direito àquele lugar e o check-in já lotou ou deixa de vender ingresso. Então o clube é prejudicado nisso", esclareceu Paz.
Prejuízo nos jogos
O CEO do Fortaleza também abordou sobre os prejuízos que o clube tem tido nas operações de jogo. Na Série A do Brasileiro, em quatro jogos como mandante, o Leão teve prejuízo em todos os borderôs.
"Temos que enfrentar esse problema, que não é simpático, mas se querem que a gente dispute em alto nível com times de maior poderio financeiro, a gente tem que fazer com que nossa operação de jogo seja mais rentável. Não dá pra fazer um jogo de futebol de Série A com renda bruta de R$ 73 mil e o PV com 12 mil pessoas", ponderou o dirigente.
Os sócios-torcedores do Fortaleza entram gratuitamente no estádio e portanto não acrescentam às rendas dos jogos. Paz destacou que grandes clubes do país já não oferecem o acesso livre aos associados e isso tem reflexo direto na arrecadação das partidas.
O plano de sócio-torcedor do Fortaleza é um dos poucos do Brasil que ainda dá 100% de gratuidade de presença nos jogos. Times como São Paulo, Internacional, Palmeiras, Corinthians, Atlético-MG, é preferência na compra do ingresso com desconto. Aqui não. Gente, olhem a renda bruta do jogo de ontem (contra Athletico-PR); foi R$ 73 mil (o clube teve prejuízo de R$ 94 mil). Como se faz futebol com R$ 73 mil no jogo?
Paz ressaltou que para brigar em cima nas competições e almejar coisas grandes em campo é necessário um investimento alto e a receita precisa ser proporcional para que a conta feche.