Após a luta contra a italiana Angela Carini, nos Jogos Olímpicos de Paris, a boxeadora argelina Imane Khelif teve a presença contestada por ter sido reprovada em um teste de gênero em 2023. Com isso, a Associação Internacional de Boxe explicou o teste feito no ano passado que desclassificou a atleta do Mundial Feminino de Boxe da IBA, realizado em Nova Déli naquela temporada.
Segundo a nota lançada pela entidade, a desqualificação foi “necessária para manter o nível de justiça e a máxima integridade da competição”. Confira:
Veja nota na íntegra:
Em 24 de março de 2023, a IBA desqualificou as atletas Lin Yu-ting e Imane Khelif do Campeonato Mundial Feminino de Boxe da IBA em Nova Déli 2023. Essa desqualificação foi resultado de sua falha em atender aos critérios de elegibilidade para participar da competição feminina, conforme definido e disposto nos Regulamentos da IBA. Essa decisão, tomada após uma revisão meticulosa, foi extremamente importante e necessária para manter o nível de justiça e a máxima integridade da competição.
Ponto a ser observado, os atletas não passaram por um exame de testosterona, mas foram submetidos a um teste separado e reconhecido, pelo qual os detalhes permanecem confidenciais. Este teste indicou conclusivamente que ambos os atletas não atendiam aos critérios de elegibilidade necessários e foram considerados como tendo vantagens competitivas sobre outras competidoras femininas.
A decisão tomada pela IBA foi posteriormente ratificada pelo Conselho de Administração da IBA.
A desqualificação foi baseada em dois testes realizados em ambos os atletas, conforme a seguir:
Teste realizado durante o Campeonato Mundial de Boxe Feminino em Istambul 2022.
Teste realizado durante o Campeonato Mundial de Boxe Feminino em Nova Déli 2023.
Lin Yu-ting não recorreu da decisão da IBA ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), tornando assim a decisão juridicamente vinculativa. Imane Khelif inicialmente recorreu da decisão ao CAS, mas retirou o recurso durante o processo, tornando também a decisão da IBA juridicamente vinculativa.
Nossos Comitês revisaram e endossaram rigorosamente a decisão tomada durante o Campeonato Mundial. Embora a IBA permaneça comprometida em garantir a imparcialidade competitiva em todos os nossos eventos, expressamos preocupação com a aplicação inconsistente de critérios de elegibilidade por outras organizações esportivas, incluindo aquelas que supervisionam os Jogos Olímpicos. Os diferentes regulamentos do COI sobre esses assuntos, nos quais a IBA não está envolvida, levantam sérias questões sobre a imparcialidade competitiva e a segurança dos atletas.
Para esclarecer por que o COI permite que atletas com vantagens competitivas compitam em seus eventos, pedimos às partes interessadas que busquem respostas diretamente com o COI.
Horas antes de sua estreia em Paris, o Comitê Olímpico Argelino (COA) saiu em defesa de Khelif, criticando os “ataques pouco éticos” contra sua atleta. O COA disse que as acusações contra a boxeadora são “mentirosas” e “totalmente injustas”. “Estamos todos com você, Imane. A nação toda te apoia”, acrescentou.
Outra boxeadora que está em Paris, a taiwanesa Yu Ting Lin também foi desclassificada do Mundial de 2023 em Nova Déli, organizado pela Federação Internacional de Boxe (IBA), por reprovar no teste de gênero.
Porém, quem organiza o boxe nos Jogos é o Comitê Olímpico Internacional, devido a problemas de governança, financeiros e éticos da IBA