O Ceará ficou no empate sem gols com o Fortaleza no primeiro Clássico-Rei da final do campeonato estadual. O técnico Vagner Mancini avaliou o desempenho do Alvinegro, mas também revelou a leitura que fez da estratégia usada por Juan Pablo Vojvoda durante a partida. Em coletiva de imprensa após o duelo, no sábado (30), ele enfatizou ter estudado bastante o Tricolor do Pici, destacou o fator físico e disse que, em campo, a maior rivalidade parece um "jogo de xadrez."
"Ele abriu mão de um jogo técnico, de velocidade, para apostar na bola parada e em um outro lance, porque ele colocou um só jogador de velocidade, que era o Moisés. Assim que a gente chegou no vestiário, a gente interpretou bem isso, qual era a intenção dele. Era de realmente dar um pouquinho de força à equipe, aumentar a estatura, brigar na bola aérea e tentar, com as trocas no 2T, fazer um jogo diferente. Acho que o jogo mudou muito pouco do primeiro para o 2T. Vi um jogo mais equilibrado no 1T, o Fortaleza teve um pouco mais de posse na 2T, mas o Ceará foi mais perigoso", analisou o treinador.
O Alvinegro não surpreendeu na escalação e manteve o esquema tático 4-3-3. Já Vojvoda montou uma linha defensiva com cinco jogadores, colocou três volantes e dois atacantes na frente, diferente do que vinha fazendo. Vagner Mancini conta o que surpreendeu no adversário.
Nós estudamos muito o Fortaleza. O Fortaleza, no melhor momento do Vojvoda, jogava dessa forma. Então, fui buscar. A partir do momento em que eles tomam a virada nesse último jogo de quarta-feira, achava que ele vinha com um terceiro zagueiro. Ele não poderia, entre aspas, é óbvio que é futebol e aqui é suposição, perder o jogo de hoje. Se ele perde o jogo de hoje, ele carrega uma carga emocional muito grande para o segundo (jogo). Então, dentro da cabeça dele, a gente tentou enxergar isso. A única coisa que eu não esperava era o terceiro volante no meio-campo. A linha de três atrás, que muitas vezes ele faz com o Tinga e libera mais o Pacheco. Hoje ele veio com os três exatamente para tentar no jogo aéreo, porque ele sabia também que ele não teria muito jogo técnico.
O Vovô terá a semana de descanso e de preparação para o duelo decisivo da final. A equipe volta a encarar o Leão do Pici no sábado (6), a partir das 16h40 (de Brasília), na Arena Castelão. Para Mancini, o aspecto físico foi importante nas decisões em campo. No entanto, o treinador do Vovô pontua que o Clássico-Rei é um 'jogo de xadrez' e valoriza a disputa de ideias em campo com o treinador argentino.
"Acho que ele de um lado e eu do outro, a gente está tentando entender aquilo que nós temos nas mãos. Ele hoje tinha mais trocas. Talvez se eu tivesse todos os meus jogadores aptos, as substituições seriam outras também. É um jogo de xadrez de dois caras que estão pensando ali, que têm uma equipe que analisa e isso é muito bom. Quando você assiste um bom jogo de futebol, acho que sai todo mundo aliviado. O Clássico não fugiu muito disso. Faltou um pouquinho mais de emoção, talvez, mas que no sábado que vem talvez tenha em dobro", finalizou o treinador.