Bonecos simulam enforcamento de Leila Pereira e Ednaldo Rodrigues antes de Botafogo x Palmeiras

Equipes se enfrentam em jogo da Série A do Brasileiro

Bonecos simulando os rostos de Leila Pereira e Ednaldo Rodrigues, presidentes de Palmeiras e CBF, respectivamente, foram pendurados nas proximidades do Engenhão, antes do jogo entre Botafogo e Palmeiras, pela Série A. As imagens, que simulam cena de enforcamento, foi uma ação de um grupo de torcedores do time carioca e ocorreu em frente ao setor sul do estádio, lado destinado aos visitantes.  

Os bonecos foram removidos pela Polícia Militar do Rio no começo da noite. Antes disso, imagens já circulavam com mensagens hostis a palmeirenses. Entre outras falas, algumas diziam que torcedores do Palmeiras "não são bem-vindos no Rio".

O Botafogo publicou uma nota em que repudia a ação, a qual define como "ameaças e atos criminosos". "Tão logo tomou conhecimento, a diretoria solicitou ao policiamento que agisse imediatamente", diz um trecho do texto.

Leila Pereira também lamentou os atos. "A rivalidade deve sempre se restringir ao campo de jogo. Entendo que o esporte precisa de dirigentes responsáveis, que não fomentem a violência", disse. Ela não viajou ao Rio para a partida para evitar um possível encontro com John Textor, dono da SAF do Botafogo. Os dois protagonizam uma troca de farpas nos últimos meses, após o americano levantar suspeitas de manipulação de resultados.

"Entendo que o foco precisa estar no campo. Afinal, a partida é entre Botafogo e Palmeiras, e os jogadores são os astros do espetáculo. Infelizmente, ao ver estas imagens assustadoras, concluo que a decisão de não comparecer ao estádio foi correta", comentou Leila.

Em novembro do ano passado, o Palmeiras bateu o Botafogo por 4 a 3, em uma virada histórica conduzida por Endrick e que levou o time paulista ao título do Campeonato Brasileiro, após rodadas de liderança do clube carioca. Ao final da partida, Textor invadiu o campo e fez acusações contra à arbitragem e à CBF.

A partir de então, o americano começou a citar supostas manipulações de resultados que teriam beneficiado o Palmeiras em 2022 e 2023. O clube alviverde venceu o Brasileirão nos dois anos. As provas, contudo, demoraram a ser apresentadas, tanto à Polícia Civil, quanto ao STJD.

Os documentos tratavam-se de um relatório encomendado por Textor junto à empresa Good Game!. O STJD considerou que o material é "imprestável" para averiguar as manipulações apontadas. Além do Palmeiras, são citados São Paulo, Flamengo, Grêmio, Atlético-MG e Bahia, oito jogadores e nove árbitros.

Após falas públicas de Leila contra as acusações, inclusive chamando Textor de "idiota", ele afirmou que a processaria por calúnia e difamação. Para isso, o empresário contratou Paul Tuchmann, ex-promotor responsável pelo julgamento do Fifagate, para liderar o caso nos Estados Unidos.

O confronto desta quarta-feira é o primeiro entre os clubes em 2024 e a primeira partida desde aquele 4 a 3, no fim do ano passado. Os dois times ainda se enfrentarão no segundo turno do Brasileirão e cruzam entre si nas oitavas de final da Libertadores, em agosto.