Austrália cancela visto de Djokovic pela 2ª vez e tenista pode ser deportado

Com a decisão, o atual número 1 do ranking da ATP pode ficar fora da disputa do Aberto da Austrália

O governo australiano cancelou o visto do sérvio Novak Djokovic pela segunda vez nesta sexta-feira (14), alegando que o tenista, não vacinado para a covid-19, representa um risco para a comunidade. Desta forma, o atual número 1 do ranking da ATP pode ficar fora da disputa do Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano, em Melbourne, que começará na próxima segunda.

O ministro da Imigração, Alex Hawke, usou poderes discricionários para cancelar novamente o visto de Djokovic, de 34 anos, depois que o Tribunal Federal da Austrália anulou uma revogação anterior e o liberou da detenção de imigração na última segunda-feira.

"Hoje (sexta-feira) eu exerci meu poder sob a seção 133C(3) da Lei de Migração para cancelar o visto detido por Novak Djokovic por motivos de saúde e boa ordem, com base no interesse público", disse Alex Hawke em um comunicado oficial. "Esta decisão seguiu ordens do Tribunal Federal em 10 de janeiro de 2022, anulando uma decisão de cancelamento anterior por motivos de equidade processual", prosseguiu.

"Ao tomar esta decisão, considerei cuidadosamente as informações fornecidas a mim pelo Departamento de Assuntos Internos, pela Força de Fronteira Australiana e pelo Sr. Djokovic. O governo de (Scott) Morrison está firmemente comprometido em proteger as fronteiras da Austrália, particularmente em relação à pandemia de covid-19", completou Alex Hawke.

Espera-se agora que os advogados de Djokovic busquem uma liminar imediata que permitiria ao sérvio seguir no país em liberdade, podendo assim disputar a primeira rodada do Aberto da Austrália enquanto aguarda um julgamento que deve acontecer na próxima semana. O tenista, que não precisou voltar para o hotel em Melbourne onde ficou confinado após sua chegada no país, foi convocado para uma entrevista com autoridades da imigração australiana neste sábado. No entanto, se não houver contestação, ele será imediatamente deportado.

Além de ter o visto de entrada na Austrália cancelado, caso não recorra da decisão, o atual líder do ranking da ATP pode também ficar proibido de receber outro visto por três anos, embora tal medida possa ser dispensada segundo informa a mídia australiana.