Ana Patrícia e Rebecca estão com um pé na Olimpíada de Tóquio

Dupla que representa o Estado do Ceará soma 6.150 pontos na corrida olímpica e só será alcançada se alguma nova etapa mundial for inserida até 20 de fevereiro de 2020, quando encerra período classificatório do vôlei de praia

Ana Patrícia e Rebecca estão a um passo dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Vice-líderes da corrida olímpica, as duas, que representam o Estado do Ceará, ficaram bem próximas da classificação graças ao bronze conquistado na etapa de Roma, na Itália, do Circuito Mundial de vôlei de praia, encerrado no último domingo (8). Com isso, elas chegaram aos 6.150 pontos. O resultado as deixam atrás apenas de Ágatha e Duda, que também estão praticamente classificadas.

Para se ter ideia, a dupla brasileira que aparece na terceira colocação, Maria Elisa e Carol, têm 5.020 pontos com a etapa de Roma encerrada. São 1.130 pontos de distância, uma diferença inalcançável quando só há, até o momento, mais uma etapa mundial que vale pontuação olímpica prevista até 20 de fevereiro de 2020, data-limite para classificar aos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Por isso, se não for introduzida nenhuma etapa nova, Ana Patrícia e Rebecca já estarão matematicamente classificadas para a Olimpíada. A regularidade foi a chave para esta quase vaga garantida. Em toda a temporada, que começou ainda em 2018, a dupla nunca esteve fora do Top 10 em cada etapa, tendo chegado às semifinais em seis das 12 etapas. Além de ter vencido uma e terminado em 2º em uma outra.

Como se define as vagas

Ao todo, serão 24 duplas por gênero em Tóquio. Cada país poderá levar no máximo quatro duplas - duas femininas e duas masculinas. Isso, os países que estiverem dentro de critérios pré-estabelecidos: país-sede (uma vaga em cada naipe), 15 primeiros no ranking olímpico (baseado nos resultados dos eventos do Circuito Mundial), campeão do Campeonato Mundial (uma vaga), campeões da Continental Cup (cinco vagas em cada naipe, uma para cada confederação) e campeões da Olimpíada de vôlei de praia da FIVB (Federação Internacional de Voleibol) - torneio de qualificação (duas vagas).

Conquistada a vaga dentro destes critérios, o país - não os atletas - será o detentor das vagas e decidirá quem vai ocupa-las. Aqui no Brasil, cabe à Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) bater o martelo sobre isso.

Sendo assim, a CBV definiu como critério para a corrida olímpica brasileira que as duplas que mais pontuarem na soma dos 10 melhores resultados obtidos nas etapas quatro e cinco estrelas do Circuito Mundial e no Campeonato Mundial entre 1º de fevereiro de 2019 e 28 de fevereiro de 2020 ficam as vagas. Entre as mulheres, Ágatha e Duda e Ana Patrícia e Rebecca são as melhor ranqueadas. E não devem perder as vagas já que só há mais uma etapa prevista.

Critérios do COI

Mas não basta a seleção da CBV. Após se classificarem, o COI (Comitê Olímpico Internacional) e a FIVB têm pré-requisitos a cumprir: ter participado de no mínimo 12 torneios oficiais (etapas do Circuito Mundial, Campeonato Mundial e Copas Continentais) até 28 de junho de 2020 e atestar registro limpo no exame de doping.