A Albânia já foi um dos países mais fechados do mundo, mas atualmente recebe milhões de turistas, muitos em busca de um sorriso mais radiante, lábios mais carnudos ou seios mais volumosos. Segundo as autoridades de saúde, a nação europeia oferece procedimentos a preços competitivos sem comprometer a qualidade do tratamento.
Stéphane Pealat, um francês da pequena cidade de Valence, e o irmão dele tinham vários problemas dentários: abcessos, perda de dentes... Na França, o tratamento custaria 50 mil euros — cerca de R$ 313 mil —, explica ele. "O mesmo procedimento aqui [na Albânia] tenho por 13,5 mil euros (mais de R$ 84 mil)", afirma.
Nathalie Gangloff, animadora em um lar de idosos em Cognac, no sudoeste de França, também optou por tratar os dentes na Albânia. Depois de uma primeira intervenção, em fevereiro, para extração e colocação de implantes, retornou a Tirana, capital do país, em setembro, "feliz" por recuperar o sorriso.
"Não gosto de falar de turismo médico. É um pouco duro, assusta... Prefiro falar de turismo da felicidade, que deixa as pessoas felizes", explica Dritan Gremi, diretor de uma clínica odontológica em Tirana.
O centro dele "oferece cuidados de alta qualidade com material garantido e certificado" com padrões europeus, explica. Italianos, franceses, belgas, suíços... Clientes de múltiplas nacionalidades procuram a clínica dele, que oferece tratamentos estéticos e dentários.
Motivos por trás dos preços baixos
Os baixos custos de gestão e dos impostos, que não ultrapassam os 15%, permitem que as clínicas albanesas sejam muito competitivas e ganhem um lugar no mapa do turismo médico. O volume de negócios do setor é estimado entre 200 milhões e 250 milhões de euros anuais (R$ 1,25 bilhão a R$ 1,59 bilhão).
Anna Maria, uma italiana de Milão, aproveita as férias na Albânia para colocar facetas dentárias e fazer uma cirurgia labial. "O sorriso da alma também passa pelos lábios", diz essa psicóloga de trinta e poucos anos.
"Depois dos cuidados dentários, há cada vez mais turistas estrangeiros que recorrem também a procedimentos estéticos para clarear o sorriso", explica à AFP Monika Fida, dermatologista e professora universitária em Tirana.
As injeções de ácido hialurônico também são muito populares, com certificados aprovados pela UE. "Acima de tudo, eles querem se sentir bem, o mais natural possível e ter lábios bem definidos", diz Fida, que recebe anualmente em sua clínica entre 750 e mil pacientes estrangeiros.
Clientes satisfeitas
Não há muitos dados oficiais disponíveis, mas uma das poucas estatísticas existentes indica que todos os anos 50 mil italianos viajam a Tirana por motivos médicos. Uma delas é Vera Panaitov, chef de cozinha em Verona, no norte da Itália, que precisa tratar os dentes. Mas, uma vez na clínica, também decidiu fazer uma cirurgia nos seios e reduzir a cintura.
"É preciso ser bonita em todas as idades e viver o amor e a felicidade em todos os momentos", afirma a senhora de 60 anos, sorridente, de seu leito de hospital, de onde sairá em alguns dias "feliz e rejuvenescida".
Christine Cincunegui, uma empresária francesa, poderá em breve encontrar-se na mesma situação. Ela acaba de visitar alguns médicos albaneses em Paris que viajaram à capital francesa para promover suas clínicas. "Ficar mais bonita e me divertir? É o que mais quero!"