Animais de zoológico de Curitiba serão vacinados contra Covid-19

A imunização dos bichos deve começar a partir de janeiro

Os animais do Zoológico Municipal de Curitiba, no Paraná, devem ser vacinados contra a Covid-19 a partir de janeiro. Os residentes do equipamento são monitorados por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde o início da pandemia do novo coronavírus, através do projeto PetCovid-19. Ao todo, 80 animais devem ser imunizados. As informações são do jornal Estadão

A iniciativa deve usar o fármaco Zoetis, que já é utilizado por estabelecimentos do setor nos Estados Unidos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou, na última semana, a importação da substância.

A demora em liberar o uso da vacina foi motivada pelo receio da pasta federal em a medida acabar estimulando os tutores a imunizarem cães e gatos de estimação, conforme o coordenador do PetCovid e professor de Medicina Veterinária da UFPR, Alexandre Biondo. "Mostramos [ao Mapa] que não era isso e os estudos mostraram a importância da vacinação para outros grupos". 

Segundo o cientista, em uma escala de resistência ao vírus, as aves e suínos tem menos chances de serem infectados pelo agente infeccioso. Cães e gatos estariam em uma situação intermediária, assim como primatas não humanos e os humanos — estes que, apesar da resistência, possuem alta taxa de mortalidade, de 2% a 3%. Os mais vulneráveis são os mustelídeos, como visons, que na Europa transmitiram a doença nas fazendas onde eram criados. 

"Inclusive isso provocou uma eutanásia de 14 a 16 milhões de visons por causa da Covid", exemplificou o pesquisador. 

Ao passar de pandemia para endemia, o novo coronavírus pode atingir no Brasil animais como furões, mais vulneráveis, assim como hamsters, explica Biondo. "Imagine se um deles infectado escapa e vai para um reservatório", questiona. 

Não há comprovação que cães e gatos infectados com a doença consigam transmiti-la para humanos. Houve apenas um caso de morte canina, nos Estados Unidos, e felina, na Inglaterra. Já entre os felídeos, como tigres, onça, leão, há casos de surtos da infecção, como o ocorrido em um zoológico do Bronx, nos EUA.