O Ministério do Ambiente da Namíbia anunciou, nesta semana, que pretende abater 723 animais selvagens, entre eles 83 elefantes. A carne dos animais deve ser distribuída para a população do país, que vive uma crise alimentar crítica devido à grave seca que atinge a região da África Austral.
O abate ocorrerá em parques e áreas comunitárias onde as autoridades acreditam que o número de animais excede as pastagens disponíveis e o abastecimento de água, informou o comunicado do órgão, divulgado na segunda-feira (26), conforme a agência internacional Reuters.
A África Austral enfrenta a pior seca em décadas. O fenômeno climático fez a Namíbia esgotar 84% das suas reservas alimentares em julho, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). A estimativa da instituição é que quase metade da população do país africano viva elevados níveis de insegurança alimentar nos próximos meses.
No comunicado, o Ministério do Ambiente declarou que devido à seca severa, espera-se que os conflitos entre humanos e animais selvagens possam aumentar se as autoridades não intervierem.
“Para este efeito, 83 elefantes de áreas de conflito identificadas serão abatidos e a carne será atribuída ao programa de alívio à seca”, declarou a autoridade. A nação também planeja abater 30 hipopótamos e 60 búfalos, bem como 50 impalas, 100 gnus-de-cauda-preta, 300 zebras e 100 elandes.
Atualmente, 157 sete animais já foram caçados por profissionais e por empresas contratadas pelo governo, rendendo mais de 56,8 mil quilos de carne.
Este exercício é necessário e está em conformidade com o nosso mandato constitucional, segundo o qual os nossos recursos naturais são utilizados em benefício dos cidadãos namibianos."
Estima-se que mais de 200 mil elefantes vivam numa área de conservação espalhada por cinco países da África Austral, que incluem países como Zimbabué, Zâmbia, Botswana, Angola e Namíbia, tornando a região o lar de uma das maiores populações de elefantes do mundo, conforme a Reuters.