Atenciosa, dedicada e caprichosa. Foi assim que Ederaldo Henrique Paulini descreveu a colega Elaine Santos, apresentadora da Canção Nova, em entrevista ao site da Quem nessa terça-feira (21). A jornalista de 38 anos, que estava grávida de 23 semanas, morreu nesta terça, por insuficiência respiratória, após complicações causadas por uma pneumonia.
A apresentadora da TV paulista cresceu na emissora. Começou como estagiária, em 2008, depois foi produtora, repórter e, por último, comandava o telejornal "Canção Nova Notícias". Ederaldo, que é cinegrafista, relembra a companheira de trabalho com carinho. "Ela era muito querida, chegou como estagiária e, na época, cursava jornalismo na faculdade de Lorena [interior de São Paulo]. Vimos a Elaine depois sendo contratada como produtora e subiu como repórter. Ela sempre foi muito dedicada, fazia as coisas de um jeito caprichado”, contou.
Ederaldo revelou que viu a jornalista pela última vez na sexta-feira (17). “Ela apresentou o jornal e parecia estar mal por conta da rinite… E recentemente ela fez uma cirurgia para costurar o colo do útero”, contou ele, que explicou que Elaine necessitou passar pelo procedimento por conta de um aborto espontâneo que sofreu antes da pandemia.
Ederaldo também comentou como foi o encontro com a mãe de Elaine durante o velório: "A mãe dela é uma pessoa muito forte, hoje no velório contou que, quando a Elaine queria fazer faculdade, o pai dela não tinha dinheiro para pagar. E mesmo assim falou que ia dar um jeito. Ela deixou de comer, deixou de fazer muitas coisas para pagar a faculdade", explicou.
Colegas se pronunciam
Quem também publicou homenagem à colega de profissão, em tom de lamento e saudade, foi Reinaldo César, jornalista da TV Canção Nova. "Nos deixou hoje uma das almas mais acolhedoras e generosas que conheci. Elaine Santos, amiga querida, colega de bancada. Tinha sempre um sorriso a oferecer. Amava a vida, a família, Nossa Senhora Aparecida, a natureza, os animais. Era apaixonada pelo jornalismo. Trazia sempre um olhar de esperança e, no ventre, o bebê Rafael, a quem nutria com seu amor. Saudade".
A jornalista Veronica Suenia, que trabalhou anos com Elaine, escreveu em post de despedida. "Eu estava no velório durante o jornal, colocaram uma TV ao lado do caixão e todos acompanharam... muito emocionante!". A também apresentadora do canal, Paula Guimarães, postou um Storie no Instagram, também na terça-feira (21), com os dizeres: "Estamos arrasados. Perdemos nossa amiga e seu bebê. Jovem. Mãe. Nossa apresentadora do jornal Canção Nova. Uma das melhores jornalistas da casa". A apresentadora também afirmou: "Foram 15 anos trabalhando ao nosso lado, como jornalista, e se tornou espetacular no que fazia", citando que Elaine foi vencedora do Prêmio Jornalismo Canção Nova, em 2019, como "Melhor Reportagem".
O jornalista e produtor Matheus Alves também fez um post emocionado. Foi ele quem preparou a homenagem de despedida que a Canção Nova deixou para Elaine. “Dentre todas as matérias que já produzi, mesmo em tempos difíceis em outras linhas editoriais, nada se compara ao que vivi hoje. Eu me emocionei ao encontrar a família, chorei ao escrever cada off, contei com o zelo da minha namorada que me acalmou e aconselhou, e por fim, tentei ser o mais forte possível ao gravar o texto para essa homenagem. Não é exagero dizer o quanto a Elaine era bondosa. Uma irmã, companhia no almoço e uma diretora espiritual”.
Elaine Santos
A jornalista morreu aos 38 anos, vítima de uma pneumonia e infecção generalizada. Ela estava grávida de 23 semanas e o bebê que esperava também faleceu. De acordo com a Canção Nova, a apresentadora precisou ser internada, na manhã de segunda-feira (20), em um hospital de Lorena (SP). Ela não resistiu à insuficiência respiratória, que ocorreu como complicação de seu quadro de saúde, e faleceu nesta terça.
Atuando há mais de 15 anos na emissora católica, sediada em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, Elaine Santos se definia como uma "repórter apaixonada pela vida e por contar histórias". Casada com Fernando Carvalho, ela já havia perdido o primeiro filho, Théo, fruto de um aborto espontâneo, e tinha um menino chamado Léo, de 1 ano e 8 meses. Ela estava grávida de 23 semanas do terceiro filho, que iria se chamar Rafael. O bebê também morreu.