Após a cantora e compositora Luciane Dom denunciar que sofreu racismo, nesta quinta-feira (14), no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, parlamentares pediram investigação.
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e o Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) pediram à Polícia Federal (PF), à Infraero e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) uma revisão nos protocolos de revista pessoal e a edição de regulamentação contra o racismo dos agentes de fiscalização e de segurança nos aeroportos.
"Já foram publicizados relatos suficientes que podem caracterizar uma ação atuação sistemática de inspeções, no mínimo, constrangedoras contra pessoas negras. Como o caso da atriz Jennifer Nascimento, em 2022 e do vereador Renato Freitas, que frequentemente sorteado para inspeções ditas 'aleatórias'", diz o ofício.
No documento também é dito que mesmo após "longa pesquisa, foi impossível encontrarmos relatos de inspeções em cabelos longos de pessoas brancas nos aeroportos, tão capazes de ocultar objetos como o cabelo Black Power".
Entenda o caso
A cantora Luciane Dom relatou que teve o cabelo revistado por uma funcionária do Aeroporto Santos Dummont, no Rio de Janeiro, nesta quinta. Através das redes sociais, ela criticou a ação e falou sobre racismo.
"Eu estou no meio da divulgação de uma música minha que sai amanhã, tava feliz, vendo memes, lendo coisas leves que gosto, aí chego no aeroporto Santos Dumont e sou parada por uma 'revista aleatória', minutos antes de embarcar pra São Paulo", relatou.
Segundo a cantora, ela já havia passado pelo scanner corporal, assim como a mala que levava, quando foi abordada pela funcionária. "A mulher me diz: 'tenho que olhar seu cabelo'. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou", escreve.
Em nota publicada nas redes sociais, a Infraero declarou que Luciane foi "selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual", mas negou que a cantora tenha tido o cabelo revistado.
"A Infraero reitera que repudia quaisquer formas de discriminação, que comportamentos como injúria racial e racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração e está à disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos que façam necessários", finaliza.