A atriz Débora Falabella é perseguida há mais de 10 anos por uma stalker que chegou a ser presa neste ano. Discreta com a situação, a artista falou sobre o assunto em entrevista ao jornal O Globo nesta sexta-feira (14).
Admitindo sentir "medo" da perseguição, a atriz reconhece que a stalker - uma mulher de 40 anos que mora em Recife - "tem problemas". "É chato. Chato por tudo, porque também quero que ela fique bem", afirmou ao veículo.
Segundo o g1, a perseguição começou em 2013 e incluiu, ao longo dos anos, envio de presentes e cartas de teor íntimo.
Um dos episódios marcantes aconteceu em 2015, quando Débora estava com uma peça no Sesc Copacabana. A stalker, que foi assistir ao espetáculo, aguardou num local restrito do teatro e tentou forçar a entrada no camarim da atriz, mas foi retirada à força por seguranças.
Na época, Débora chegou a registrar o caso em uma delegacia, mas não continuou com o processo.
Já em 2022, a mulher chegou a aparecer na porta do condomínio da atriz, em São Paulo, com malas na mão.
Em dezembro do mesmo ano, a stalker descobriu o endereço de uma pousada na Bahia em que Débora passava férias e novamente tentou contato com ela, por intermédio da proprietária do estabelecimento. Ao voltar para casa, Débora descobriu que havia recebido uma cópia do livro "Romeu e Julieta", de William Shakespeare, com uma mensagem: "Para o meu Romeu, com muito amor".
Medida protetiva
Após os incidentes ocorridos em 2022, a Justiça de São Paulo emitiu uma medida protetiva a favor da atriz, determinando que a perseguidora deve se abster de qualquer contato com a atriz por meio de qualquer forma de comunicação.
Além disso, a ordem judicial proíbe a perseguidora de frequentar os mesmos locais que a atriz, exigindo que mantenha uma distância mínima de 500 metros, sob pena de prisão em caso de descumprimento.
Em junho de 2023, o Ministério Público apresentou uma denúncia formal, aceita pela Justiça, resultando na transformação da suspeita em ré por perseguição à atriz. O juiz responsável pelo caso também instaurou um incidente de insanidade mental para avaliar se a acusada tinha plena consciência dos atos praticados e, portanto, se poderia ser responsabilizada criminalmente em caso de condenação.
No entanto, em setembro de 2023, a suspeita descumpriu as medidas protetivas ao entrar em contato com Débora tanto pelo Instagram quanto pelo WhatsApp.
Nos prints obtidos pelo g1, ela se desculpa com a atriz e sugere um encontro presencial: "Minha vida não tem mais sentido quando penso que nunca mais vou poder assistir a uma peça sua".
Laudo médico
Após a prisão, a defesa solicitou a revogação da detenção, alegando que a acusada sofria de transtornos mentais, incluindo esquizofrenia e bipolaridade. No entanto, a Justiça negou o pedido, destacando a necessidade de um exame psiquiátrico.
No final de março, a acusada foi submetida a uma perícia psiquiátrica, que resultou em um diagnóstico de esquizofrenia.
Com a divulgação do laudo pericial, que a considerou inimputável (incapaz de compreender a ilicitude de seus atos), a Justiça revogou sua prisão preventiva. No entanto, a acusada ainda deve cumprir todas as medidas cautelares de afastamento da atriz, sob pena de internação provisória caso descumpra as determinações.