Quinto peixe-boi chega para plataforma flutuante de aclimatação no Icapuí

Com a chegada do animal Tico, de seis anos, nesta quinta-feira, a estrutura para adaptação dos peixe-bois resgatados atinge a capacidade máxima. Expectativa é que animais retornem definitivamente para natureza em 2021

O peixe-boi Tico está mais perto de retornar para natureza. Na manhã desta quinta-feira (10), o animal de seis anos, resgatado em 2014 pela ONG Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), foi transferido para aclimatação na Praia da Peroba, no município de Icapuí, no litoral leste do Ceará. 

Antes de chegar ao novo lar no Icapuí, Tico estava no Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinho (CRMM), localizado no Sesc Iparana, em Caucaia. A transferência do animal é a terceira do tipo em 2020. Assim como as ações anteriores, realizadas em junho e em novembro, a operação foi organizada pelos profissionais do Projeto Manatí, braço da Aquasis  responsável pelo resgate de mamíferos marinhos.

Duas equipes, compostas por biólogos e voluntários, ofereceram suporte durante o transporte. A Polícia Militar do Ceará, através do Regimento de Polícia Montada (RPMON) também esteve presente no caminho até a Praia da Peroba. Além do efetivo, participaram da transferência o Batalhão de Policiamento de Meio Ambiente (BPMA),  da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Ceará, o Corpo de Bombeiros e a Prefeitura de Icapuí. A equipe para a ação começou os preparativos as 19h30, porém teve inicio por volta das 22h da última quarta-feira (9) e se encerrou nas primeiras horas desta quinta-feira (10).

De acordo com a ONG responsável, o ação foi bem sucedida, visto que desde as 19h30, da quarta-feira (9),  "já estávamos todos alinhados e preparados para a operação que não teve nenhum imprevisto. Chegamos com saldo de horário e tudo ocorreu melhor do que o esperado", destaca a organização em nota. Além disso, desta vez, a ação foi aberta para que crianças da comunidade de Peroba pudesse se aproximar do animal.

Veja abaixo algumas imagens do trajeto que Tico percorreu para voltar ao mar. 

Retorno

Distante 300 metros da costa, o cativeiro para aclimatação é o primeiro passo antes do retorno definitivo para o mar. A imersão no mar traz vantagem para os animais que passam pelo processo aqui no Estado, já que a aclimatação pode ser feita diretamente em águas marinhas. Enquanto isso, em outras regiões do Brasil, os peixe-bois fazem a adaptação em mangues. 

A transferência de Tico ao Icapuí encerra uma fase de translocações bem sucedidas no Ceará. Antes dele, o Projeto Manatí já transferiu com sucesso outros quatro animais em 2020: Alva, Maceió, Maní e Pintada. Agora, com os cinco reunidos na estrutura flutuante, a capacidade máxima do tanque foi atingida.  

Já que a estadia na plataforma de aclimatação é temporária — serve apenas para que o animal se adapte a natureza de maneira progressiva —, a Aquasis espera iniciar a soltura dos cinco peixes-bois no primeiro semestre de 2021. Até lá, o grupo será monitorado por uma equipe especializada, que deve acompanhar o desenvolvimento dos bichos em habitat natural. 

A ONG também destaca que logo após a soltura desses animais, o ciclo de transferência de outros animais, já resgatados, terá inicio. "Só nesse último período [do ano], a Aquasis resgatou três novos filhotes de peixes-bois, o que nos mostrar que o trabalho não para", pontua.

O sucesso nas primeiras etapas precedente para que todos os animais atualmente abre caminho para que os outros animais em reabilitação no Centro de Reabilitação da  Aquasis também voltem ao mar em futuro próximo. Assim como as duas primeiras ações, a transposição de Tico contou com o patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental e apoio do SESC Ceará e Sistema Fecomércio.