Visando oferecer atendimento mais humanizado, sobretudo em meio ao complexo contexto de pandemia, foi inaugurada a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), na tarde desta quarta-feira (4). O imóvel tem três quartos e capacidade para receber até 10 pacientes, simultaneamente, incluindo os bebês.
Obstetra e chefe do serviço de obstetrícia do HGF, Shirley Bruno afirma que o equipamento vai desempenhar um importante papel no dia a dia de gestantes, mães e bebês, pois vai garantir mais conforto e praticidade para esse público, na busca por um acompanhamento médico adequado. Principalmente, para pacientes que residem no interior do Ceará.
Uma grávida que precisa de acompanhamento mais próximo, por exemplo, tem bebê com restrição de crescimento, a mãe precisa fazer ultrassom Dopler em tempo próximo. [Tendo a casa], ela pode fazer esse acompanhamento adequado, sem precisar se deslocar”
O equipamento, portanto, vai acolher grávidas, puérperas e bebês que não têm indicação formal de serem internados, mas que dependem de acompanhamento médico.
"Então, [esse público] não ocupa leito hospitalar, ocupa um lugar na casa, um local que mimetiza a sua residência e que favoreça, por ser próximo ao hospital, esse trânsito e essa facilidade”, soma Shirley Bruno.
Investimento privado
Embora se trate de um equipamento atrelado ao HGF, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a nova Casa da Gestante, Bebê e Puérpera recebeu doações financeiras do setor privado. O empresário Otávio Queiroz contribuiu para que o projeto do Estado se tornasse realidade.
“Como empresário, me sinto muito feliz em estar contribuindo com o HGF. Realmente esse equipamento aqui vai ajudar substancialmente as mulheres mais carentes e gerar também uma melhor eficiência do serviço público”, diz, ressaltando que sua esposa, Adriana Queiroz, foi responsável por liderar a execução do projeto, com a ajuda de amigas.
É um movimento fabuloso. Rapidamente ela conseguiu com amigas agregar todo o material que precisava, uma entrou com as camas, a outra entrou com outros materiais, então rapidamente ela fez esse link. É muito bonito de ver a sociedade se mobilizando por uma causa tão nobre”
"Muito simbólico"
O evento de inauguração também contou com a presença do secretário da Saúde do Estado, Dr. Cabeto. Para ele, a existência de uma casa para acolher mães e bebês neste momento é "muito simbólico", pois vai atender a uma demanda antiga do próprio HGF, cujo número de atendimentos desse público é alto.
E ainda porque o local se tornou realidade, mediante a participação da sociedade. "Vai ser entregue um equipamento que é a sociedade doando. A Adriana Queiroz e um grupo de pessoas da sociedade estão se incorporando ao trabalho de dar maior e melhores condições de atendimento a essas mulheres. Isso tem uma coisa simbólica muito forte; é uma demonstração clara, de solidariedade e de capacidade de colaborar com o Estado para melhorar a qualidade do atendimento".
Dr. Cabeto afirmou que o Governo do Estado já havia alugado a casa anteriormente e iniciado o projeto, recepcionando puérperas e gestantes. Agora, frisa o secretário, "houve um renovação e uma participação da sociedade no cuidado".
Aqui [na casa] foi tudo reestilizado, foram redefinidos os espaços, foi reapropriado tudo isso pra que essas pessoas sejam o melhor acolhidas. Acho que essa integração direta com a sociedade, um olhar de fora, ajuda muito a construir esse processo de humanização que aqui tem um símbolo muito importante. Para além dos valores, existe aqui uma atitude, uma mudança de comportamento que, a meu ver, tem muito a acrescentar à saúde pública do Ceará"