1.500 pacientes já foram internados com Covid-19 no Hospital da Mulher

O tratamento humanizado dos funcionários da unidade tem sido um diferencial para muitas pessoas nesse período

O Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann, conhecido como Hospital da Mulher, já conta com 1.500 internações por Covid-19 entre o público feminino desde o início da pandemia. A unidade tem se destacado pelo seu atendimento humanizado com os pacientes, principalmente durante os casos de intubação - procedimento de ventilação mecânica traqueal.

A manipuladora de alimentos Genilza de Oliveira, de 63 anos, esteve internada durante 28 dias no local, onde sofreu o procedimento de intubação durante 13 dias. O filho dela, Yuri de Oliveira, 32, relata que a mãe recebeu alta recentemente do Hospital. O diferencial, segundo ele, foi o suporte recebido nesse período difícil.

“Eu nunca vi nem uma rede particular fazer o que eles fizeram. O pessoal, principalmente da UTI, é sem igual. Super atenciosos, todos os médicos me ligavam, o pessoal do Serviço Social me dava total atenção”, comenta Yuri.

Genilza contou ainda com o apoio de familiares na saída do Hospital, onde uma surpresa foi preparada com músicas e uma faixa de homenagem à recuperação dela.

Acolhimento

De acordo com o diretor técnico do Hospital, Rodrigo Linhares, essa humanização nos atendimentos torna as internações mais amenas. “O paciente se sente acolhido e isso traz alegria no dia a dia. [...] Esse contato empático torna aquela internação prolongada, sofrida e com muita ansiedade em relação à morte mais fácil de ser tratada”.

No entanto, apesar desse tratamento afetivo, o momento não tem sido fácil. Rodrigo relata que “na hora que [os pacientes] entram na emergência, não têm mais contato com os seus familiares e, frequentemente, vão evoluindo de forma grave. Ficam sozinhos até esse final, muitas vezes, rápido e sempre muito triste”.

Atualmente, a unidade conta com 133 leitos direcionados ao tratamento do coronavírus. “A nossa porcentagem de ocupação média, no mês de março, ficou em torno de 95% de ocupação. Então é realmente uma taxa de ocupação muito efetiva. Não chega a 100% porque, todos os dias, a gente faz em torno de 6% a 7% de alta. Isso faz com que haja uma rotatividade de leitos”, detalha Linhares.

O diretor pontua ainda que, embora haja dificuldades nesse momento de pandemia em torno da gravidade e do aumento do número de casos, o alcance de 1.500 atendimentos deixa a equipe cada vez mais preparada e segura. “As equipes médicas, de enfermagem e de fisioterapia estão muito empenhadas para tratar dos pacientes”.

Atendimentos

Com oito anos de funcionamento, o Hospital da Mulher serve de apoio para os outros hospitais do Estado, não realizando atendimentos de emergência. No entanto, mesmo com muitos casos voltados ao tratamento da Covid-19, o local continua realizando outros tipos de serviços, como partos e acompanhamento neonatal de recém-nascidos.