Supostas manchas de óleo são registradas em praias da Grande Fortaleza

As substâncias foram observadas nas praias do Futuro, da Leste e do Cumbuco

Novas manchas, supostamente de óleo, foram avistadas no litoral cearense nesta semana. O material foi avistado nas praias do Futuro e da Leste, em Fortaleza, nesta quarta-feira (9). A substância também foi registrada, pela primeira vez, no Litoral Oeste, especificamente na Praia do Cumbuco, em Caucaia, na terça-feira (8).

Conforme o pesquisador e integrante do programa Cientista Chefe Meio Ambiente, da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema) e da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Eduardo Lacerda Barros, o composto difere dos que chegaram em janeiro na costa do Estado, quando a pasta estadual recebeu notificação sobre os primeiros casos de manchas no litoral de 2022.

"Esse material de ontem [terça-feira] para hoje [quarta-feira] é um pouco diferente do que apareceu nas outras praias. Ele ainda vai ser analisado, a composição dele, pois possui uma coloração mais para o marrom e as manchas são um pouco maiores. Esse material foi coletado e vai ser analisado."
Eduardo Lacerda Barros
Pesquisador e integrante do programa Cientista Chefe Meio Ambiente

O especialista esclarece que apenas após a inspeção da substância será possível confirmar se ela realmente se tratar de óleo.

A Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) confirmou que novas manchas foram identificadas, nesta quarta-feira, em algumas praias de Fortaleza. A pasta disse que "equipes vão realizar vistorias nos pontos atingidos".

Já o Instituto de Meio Ambiente de Caucaia (Imac) informou que realizou, imediatamente, "uma mobilização com equipe técnica e equipamentos apropriados para o monitoramento e limpeza de todos locais em que seja constatado o aparecimento das manchas".

Praias atingidas 

O Ceará tem um total de 33 praias em nove municípios com a presença de manchas de óleo, segundo ofício divulgado nesta quarta pela Sema.

Os números se baseiam em “acompanhamento feito diretamente e diariamente por meio de uma planilha online com os representantes dos municípios”. 

Litoral Leste

  • Aracati: Cumbe, Canoa Quebrada, Majorlândia, Quixaba e Lagoa do Mato;
  • Fortim: Praia Canoé e Praia do Forte;
  • Beberibe: Praia do Parajuru e Prainha do Canto Verde;
  • Cascavel: Barra Nova, Barra Velha, Águas Belas e Caponga.

Fortaleza e Região Metropolitana

  • Aquiraz: Porto das Dunas, Japão, Prainha, Marambaia, Praia Bela, Praia do Presídio, Praia do Iguape, Praia do Barro Preto e Praia do Batoque;
  • Fortaleza: Praia da Abreulândia, Sabiaguaba, Praia do Futuro e Praia da Leste Oeste/Formosa;
  • Caucaia: Praia do Cumbuco;
  • São Gonçalo do Amarante: Praia da Taiba, Pecém e Barramar.

Litoral Oeste

  • Paracuru: Praia do Quebra Mar, Praia Pau Enfincado e Praia do Vapor. 

Segundo Eduardo Lacerda Barros, o monitoramento está sendo realizado diariamente.

Substância pode ser tóxica

Eduardo Lacerda Barros aconselha que os banhistas evitem ter contato com o material, ele estando na faixa de areia ou suspenso no mar. O pesquisador explica que ele pode ser tóxico, principalmente para mulheres grávidas e crianças. Em caso de contato direto com a pele, é necessário lavar a região com água e sabão, além de aplicar hidrante. 

Em relação à limpeza, o integrante do programa Cientista Chefe Meio Ambiente afirma que apenas os bombeiros, algumas Organizações Não Governamentais (ONGs) e os próprios municípios podem manejar e retirar a substância dos locais afetados. 

Primeiras manchas de 2022 

Desde os episódios observados entre 24 e 26 de janeiro no Litoral Leste, entre Aracati e Fortaleza, a Sema emitiu um alerta para os 20 municípios que possuem praia no Estado, segundo o pesquisador. No comunicado, a pasta solicitou que eles informassem imediatamente quando algum material do tipo fosse observado no território deles.

"Nós preparamos uma planilha online de acompanhamento diário de todos os municípios. Então a secretaria está fazendo esse acompanhamento diariamente com todos os municípios litorâneos do estado, para verificar onde tem óleo", conta Eduardo Lacerda Barros.

As amostras que chegaram ao Ceará foram coletadas por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (Uece), além da Marinha, e analisadas. O resultado preliminar, conforme o especialista, indicou que a substância não tem relação com o óleo que atingiu o litoral do Estado, e de vários outros lugares do País, em 2019. 

O que fazer se você encontrar uma mancha

Ao observar o fenômeno, o indivíduo deve informar as autoridades sobre o local, o ponto de referência, a data, além de enviar fotos do registro para o endereço de e-mail cientistachefesema@gmail.com. 

Agora, se a pessoa encontrar um animal coberto pela substância a orientação é não devolvê-lo ao mar, nem tocar nele. O recomendado é acionar as instituições que podem o socorrer, através dos números (85) 99800-0109 (Aquasis) e (85) 99690-1269 (Verde Luz). 

“Pedimos que informem o nome da praia (ponto de referência), a data do avistamento, bem como fotos do local. Desta forma, será possível mantermos um controle das ocorrências das manchas, permitindo assim um mapeamento e entendimento da magnitude do possível novo derrame de óleo”, aponta o ofício da Sema.

VCrepórter 

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