Dificuldade para sintonizar, chiados constantes e interferências na voz dos locutores. A nova 92.5 Verdinha FM evita todos esses problemas e chega com sinal mais “limpo” para os ouvintes após a migração da AM para a FM, ocorrida na terça-feira (7).
O processo segue um caminho natural que ocorre desde 2013, quando o Governo Federal autorizou esse tipo de transição, como lembra a coordenadora de Jornalismo da Verdinha e da TV Diário, Lyana Ribeiro.
“A AM, como um todo, vai acabar e ser utilizada para aviação civil. Ainda vamos passar cerca de 6 meses tanto na AM como FM para o público se acostumar, mas na verdade, vamos ter um pulo de qualidade. Vamos orientar como vai ser essa migração”, detalha.
Para migrar à faixa FM, é preciso a adaptação dos seus sistemas de propagação de sinal, incluindo transmissores, antenas e outros equipamentos.
Afro Lourenço, presidente da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acert), destaca que a Rádio Verdes Mares sempre foi “pioneira nas suas atualizações de tecnologia, programação e conteúdo”, e agora deve entregar um som “de altíssima qualidade”.
“O rádio não é o meio, não é a forma de transmitir, mas a forma de comunicar. Quando o rádio nasceu, ele trouxe para o público uma forma mais intimista de interação”, afirma.
Entenda a diferença de AM para FM
As duas frequências radiofônicas utilizam processos diferentes de transmissão das ondas sonoras.
AM significa amplitude modulada, e suas ondas médias possuem alcance bem superior à FM. Porém, também recebe mais interferências de outras ondas eletromagnéticas, o que pode diminuir a nitidez do som.
Por sua vez, a FM é a frequência modulada, de ondas curtas, que apresentam menor alcance, mas também menor interferência.
Processo de adaptação
Nas últimas semanas, o trabalho foi intenso no setor técnico da nova Verdinha, com a instalação de novos equipamentos e testes na transmissão.
A mudança será mais uma vivenciada pelo jornalista Tom Barros, há 40 anos uma das vozes marcantes da emissora. Nesse tempo, ele entende que a fidelidade do público não muda, mas a forma de fazer radiojornalismo, sim.
Nas décadas de 1980 e 1990, por exemplo, as ruas de Fortaleza tinham circulação do Verdinho da Verdinha, um veículo especial preparado para transmitir informações do local onde estivesse.
Outra alteração, diz Tom, se refere ao uso do papel. Naquele período, todo o roteiro dos programas era impresso, exigindo longos períodos de digitação “Até os dedos pesavam”, ri o jornalista. Agora, basta um comando no computador para fazer modificações.
Antigamente, também havia um espaço físico nos estúdios para ouvintes participarem presencialmente da programação. O telefone fixo também teve sua época, hoje sendo substituído pela rapidez dos aplicativos de mensagem.
Além disso, segundo os responsáveis técnicos ouvidos pela reportagem, os aparelhos transmissores se modernizaram, deixando de ser valvulados para eletrônicos e ganhando em durabilidade. Também ficaram menores, sem perder a qualidade, e passaram a ter sensores touch screen (toque na tela).
Em 2013, a rádio também ganhou um site próprio. Em 2022, em mais um processo de inovação, o conteúdo da Verdinha passou a ser transmitido simultaneamente no canal da TV Diário - o chamado projeto Sinergia.
“Nos primeiros meses do Sinergia, as pessoas ficaram maravilhadas de ver os noticiaristas”, recorda Lyana Ribeiro. “Essa identificação ocorreu de forma muito positiva”.
No entanto, ela também reforça que rádio não depende das imagens, por isso é necessário ajudar as pessoas a imaginar o que estão escutando. “Essa é a magia do rádio: ele te ajuda a construir espaços, a montar a notícia na sua cabeça. Ele não te entrega algo pronto. Esperamos apenas consolidar indo para a FM”, pensa.