Puberdade Precoce Central: entenda a doença e quais os impactos no crescimento

Condição possui tratamento eficaz e gratuito no SUS. Saiba como identificar o problema e quando procurar ajuda

Condição que afeta crianças antes da idade esperada para o início da puberdade, causando sinais como menstruação precoce, broto mamário, pelos pubianos e crescimento acelerado, a puberdade precoce central (PPC) costuma aparecer em meninas antes dos oito anos e, em meninos, antes dos nove anos, segundo informações do Ministério da Saúde.

Se não tratada, a PPC pode comprometer a altura final da criança e aumentar o risco de condições como diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares, além de impactar negativamente a saúde mental e emocional, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Endocrinologia.

Contudo, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito e eficaz para a PPC, com injeções semestrais, proporcionando uma abordagem prática e de longo prazo para controlar a progressão da condição.

Marcela França, endocrinologista e diretora clínica do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), destaca a importância do tratamento no tempo adequado e da conscientização sobre a PPC. "Dentre os pontos mais visados durante o tratamento da condição, os médicos buscam promover a regressão ou estabilização das mudanças corporais da puberdade; desacelerar a maturação óssea e evitar prejuízo da estatura; prevenir os problemas emocionais da criança e aliviar a ansiedade dos pais, além de diminuir o risco de cânceres estrógeno-dependentes", explica a especialista.

Uma inovação adicional para o ambiente de tratamento da PPC é o uso de óculos de realidade virtual, implementado em projeto-piloto da farmacêutica Adium, presente em 50 clínicas de 20 estados brasileiros, incluindo o Ceará. Essa abordagem visa tornar o processo de tratamento mais amigável e menos intimidante para as crianças. Durante a aplicação da medicação, as crianças são imersas em uma história interativa, transformando a experiência em algo lúdico e divertido.

Marcela França reforça: "como é um tratamento em crianças com medicação injetável, o procedimento pode gerar desconforto e ansiedade, então usar estratégias lúdicas, como os óculos de realidade virtual, ajuda por trazer mais conforto e menos estresse para as crianças".