A comunidade de Trapiá, na cidade de Santa Quitéria, no Ceará, já começou a receber água de uma nova adutora que traz o recurso do açude Araras, em Varjota. A população do distrito foi afetada no início deste mês pela interdição de três poços contaminados por urânio, após análises da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) identificarem valores 7 vezes acima do ideal.
Durante o fim de semana, a água doce começou a ser transportada pela canalização de aproximadamente 16 km de extensão e com estimativa de bombeamento de 18 metros cúbicos (m³), o equivalente a 18 mil litros, por hora.
Ao todo, a localidade tem cerca de 800 habitantes, conforme a presidente da Associação de Moradores de Trapiá (AMT), Júlia Pinto. A representante disse ao Diário do Nordeste que eles já estão utilizando a água e que a inauguração oficial deve ocorrer na tarde desta quarta-feira (23).
A Secretaria das Cidades do Governo do Ceará confirmou a inauguração. O evento deve contar com a presença de Neuri Freitas, diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
Segundo a Prefeitura de Santa Quitéria, a obra da adutora - iniciada em dezembro de 2023 - foi uma parceria entre o município e o Governo do Estado.
Vigilância em saúde
No dia a dia, a água armazenada nos poços de Trapiá era ingerida ou utilizada para cozinhar alimentos, o que acendeu o alerta em especialistas porque o elemento pode causar diversos problemas de saúde e tem potencial cancerígeno.
Porém, de acordo com a Sesa, não foram identificadas condições clínicas e epidemiológicas relacionadas ao metal nos moradores. Após a descoberta, o Governo determinou a interdição dos poços, o fornecimento de água por carros-pipa e a conclusão da adutora no local.
Outra medida foi a criação de um Comitê Emergencial para Gerenciamento de Riscos e Contenção de Danos, formado pelas secretarias da Casa Civil, Recursos Hídricos, Saúde e Procuradoria-Geral do Estado, Cagece, Cogerh, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.