Um maqueiro do Hospital de Messejana foi afastado temporariamente por debochar de uma paciente e da filha que a acompanhava. O caso aconteceu no último sábado (9), por volta de 23h, e foi filmado e compartilhado nas redes sociais. O afastamento foi confirmado nesta segunda-feira (11) pela assessoria de imprensa da unidade de saúde, que lamentou o ocorrido.
Em nota, o hospital informou que o maqueiro foi advertido e afastado das funções provisoriamente, e afirmou que "não compactua" com esse tipo de comportamento (leia abaixo a nota na íntegra).
Segundo a secretária administrativa Janaína Freire Pontes, 29, a mãe dela, Geruza, queixava-se de dor no peito e falta de ar quando elas buscaram atendimento na emergência do hospital no sábado à noite.
Por ter três hérnias de disco, Geruza não consegue se manter sentada ou em pé por muito tempo sem sentir dor na coluna. Ela precisa ficar deitada, de acordo com a filha. Por isso, Janaína pediu aos profissionais de saúde uma maca para a mãe deitar enquanto aguardava para se submeter aos exames.
Janaína foi informada pelos profissionais de que não havia maca disponível. Porém, vendo o desespero da mãe, que sentia dores fortes, ela foi até a parte exterior da emergência e viu uma maca vazia. Já havia sido informada de que o equipamento é exclusivo para pacientes que chegam em ambulâncias, mas, mesmo assim, pediu para que deixassem a mãe o utilizar.
Descaso
Diante do desespero de Janaína, o maqueiro, cuja identidade não foi informada oficialmente, decidiu sentar na maca em específico e dar "tapinhas" no equipamento, sinalizando que não sairia dali. O momento foi gravado pela secretária administrativa e publicado nas redes sociais.
Conforme a filha de Geruza, assim que viu a gravação sendo feita, uma enfermeira do hospital encaminhou a paciente para a enfermaria e a deitou em uma maca.
"Quando comecei a gravar o vídeo, veio uma enfermeira de dentro, pegou minha mãe, levou pra deitar em uma enfermagem e outro rapaz também veio ajudar a gente. Mas esse maqueiro sentou em cima da maca e disse que minha mãe não ia deitar", reclamou a secretária administrativa.
Procedimentos do hospital
Segundo a unidade de saúde, os profissionais filmados "são auxiliares de transporte hospitalar, responsáveis por fazer a movimentação dos pacientes na unidade" e "não estavam em atividade" quando as imagens foram feitas por Janaína.
A nota ainda ressalta que a paciente foi classificada como "baixo risco" e permaneceu cerca de uma hora no hospital para atendimento. Além disso, o hospital frisa que os pacientes que chegam ao pronto-atendimento são "alocados em cadeiras e poltronas, salvo os que chegam à unidade desacordados ou em parada cardiorrespiratória".
"A maca que aparece é reservada para os casos de emergência, ou seja, para pacientes que chegam à unidade em parada cardiorrespiratória e necessitam de socorro e transporte rápido. Por este motivo, os funcionários são orientados a não retirar os equipamentos do local", disse o hospital.
Veja nota do hospital na íntegra
"O Hospital de Messejana informa que a paciente chegou à unidade às 22h50, do dia 09 de julho, passou pela triagem e foi classificada com pulseira verde, ou seja, como baixo risco. Foi avaliada pelo médico e fez eletrocardiograma. Ela estava consciente, orientada e fora de perigo. Após uma (1) hora da sua chegada, ela recebeu alta às 23h52 e foi orientada a procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h), caso voltasse a apresentar sintomas de ansiedade generalizada.
Os pacientes atendidos no Serviço de Pronto Atendimento do HM ficam alocados em cadeiras e poltronas, salvo os que chegam à unidade, desacordados, ou em parada cardiorrespiratória, que são prontamente levados ao eixo vermelho (sala de parada).
Os profissionais mostrados no vídeo são auxiliares de transporte hospitalar, responsáveis por fazer a movimentação dos pacientes na unidade. No momento que as imagens foram feitas eles não estavam em atividade. A maca que aparece é reservada para os casos de emergência, ou seja, para pacientes que chegam à unidade em parada cardiorrespiratória e necessitam de socorro e transporte rápido. Por este motivo, os funcionários são orientados a não retirar os equipamentos do local.
O Hospital de Messejana entende a situação estressora que é precisar de um atendimento de emergência e lamenta a situação. A acompanhante foi orientada pelos profissionais e pela chefia de equipe sobre a destinação da maca e a impossibilidade de liberação do equipamento. Por não compactuar com a postura do profissional, a instituição tomou medidas administrativas, advertindo-o e afastando-o temporariamente das atividades."