Jornalista Carlos Célio de Souza morre aos 81 anos, em Fortaleza

Carlos Célio atuou por 30 anos no jornal Diário do Nordeste

Morreu, na manhã desta quarta-feira (11), o jornalista Carlos Célio de Souza, aos 81 anos. Ele estava internado desde novembro de 2022 no hospital São Mateus, em Fortaleza, em decorrência de uma pneumonia grave

O jornalista deixa a esposa, Sandra Caminha de Souza, com quem era casado há 34 anos, além de quatro filhos e sete netos. O velório acontece a partir das 16 horas no cemitério Jardim Metropolitano, no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. O sepultamento será às 17 horas. 

Carlos Célio trabalhou por 30 anos no Sistema Verdes Mares, onde atuou como chefe de reportagem do jornal Diário do Nordeste e da TV Verdes Mares

A carreira no Diário do Nordeste teve início ainda na fundação do jornal, em dezembro de 1981, quando começou como repórter da editoria de Polícia. Depois, tornou-se chefe de reportagem, cargo que exerceu até 2011, quando se aposentou, aos 70 anos.  

Em paralelo, também trabalhou como chefe de reportagem da TV Verdes Mares, emissora em que trabalhou de 1988 à 2007.

Colegas destacam pessoa e profissional

A jornalista Erilene Firmino, que foi repórter de Carlos Célio e depois ocupou o mesmo cargo que ele como chefe de reportagem do Diário do Nordeste, lembra que o jornalista foi um dos principais pilares da sua formação profissional. 

"O Carlos Célio era um homem íntegro, e isso faz toda a diferença quando a gente é jornalista e trabalha com a informação. Ele foi uma das melhores partes da minha formação, pois comecei a trabalhar com ele logo que saí da universidade e aprendi coisas que a vida e o mercado ensinam. Coisas que só a redação [de jornal] é capaz de ensinar ele me deu. Ele me ensinou a ser repórter, me ensinou a ser chefe de reportagem, me ensinou a interagir com a fonte. Ele como profissional era uma escola e como pessoa era adorável", destacou Erilene, emocionada. 

Eulália Camurça, editora no núcleo de rede da TV Verdes Mares, que também trabalhou com Carlos Célio na emissora, falou sobre a segurança que ele, como profissional, passava para toda a equipe. 

"Carlos Célio sempre foi uma pessoa extremamente amistosa e terna, tanto que ele também tinha o apelido de 'companheirinho'. Mesmo diante das coberturas mais delicadas, mantinha a calma e nos passava segurança. Nunca esqueço as palavras dele repetidas ao final do telejornal, todos os dias: 'Este não volta mais'. Guardarei para sempre a forma gentil com que tratava a todos na redação", comentou. 

"Mestre na vida"

Também tendo dividido a redação da TV Verdes Mares com Carlos Célio, o jornalista Paulo Nóbrega recorda como foi ser recebido por ele, em meados de 1997, na redação: "Fui apresentado ao chefe de reportagem da tarde, um senhor de palavra forte e doce ao mesmo tempo, que me recebeu com a firmeza e o sorriso que sempre lhe foram característicos". 

"Carlos Célio foi um mestre para mim. Um mestre no jornalismo, por me ensinar os atalhos, os caminhos, a insistência e o foco nas apurações, nas etapas, no planejamento, mas também foi um mestre na vida. O 'companheiro' me ensinou que humildade, simplicidade e respeito andam junto com bondade, boa convivência e sucesso. Me fez ver que o elementar pode ser muito e que, acima de tudo, as pessoas precisam umas das outras", destacou.

Segundo o amigo e colega de trabalho da TV Verdes Mares, o jornalista Valciney Freire, Carlos Célio ganhava o respeito e admiração dos colegas por tratar todos com quem trabalhava com igualdade

"Ao falar do Carlinhos me emociono porque me ajudou a crescer no jornalismo. Perto de completar meus 35 anos de carreira, vejo-o como um dos profissionais mais íntegros e  companheiro do jornalismo cearense. Carlos Célio é um exemplo raro de profissional e, também,  de ser humano", disse.