Responsável por desenvolver ações para informar, conscientizar e mobilizar a sociedade sobre a importância de ser doador de órgãos e tecidos, a campanha Doe de Coração foi lançada nesta segunda-feira (5), às 9h30, no auditório da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza (Unifor).
O evento contou com a presença da coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, a médica Eliana Régia Barbosa. A especialista ministrou uma palestra sobre a situação dos transplantes no Estado pós-pandemia da Covid-19.
A coordenadora da campanha deste ano e hepatologista, Elodie Hyppolito, destacou a importância da iniciativa e a simplicidade do processo para se tornar um doador de órgão e tecidos: basta informar um familiar sobre o desejo de se tornar um.
"Um único doador doa sete órgãos. Ele é capaz de salvar sete vidas. Doa córneas, coração, pulmões, fígado e rins. Diga sim e não esqueça de informar a sua família", frisou a médica.
Ainda participaram do evento representantes da Fundação Edson Queiroz/Unifor, da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), da Central de Transplantes do Ceará e dos Serviços de Transplantes dos Hospitais da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Transplantes caíram drasticamente em 2020
A iniciativa da Fundação Edson Queiroz torna-se ainda mais relevante nesse momento pós-pandemia da Covid-19. Em 2020, o número de transplantes e doadores caiu bruscamente no Ceará.
“O trabalho de doação tem que ser perene, especialmente depois da pandemia, que provocou uma queda no número de doações e transplantes”, detalha a coordenadora do projeto neste ano, a professora e hepatologista Elodie Hyppolito.
A quantidade de doadores efetivos e de transplantes realizados começou a se recuperar em 2021, quando comparado à 2020 — período em que houve uma queda nos registros de doações e transplantes de órgãos e tecidos no Estado devido à Covid-19.
Conforme dados fornecidos pelo portal de transparência da Sesa, o IntegraSUS, até julho deste ano, o Estado obteve 133 doações efetivas e 937 transplantes. Nos anos anteriores, foram registradas 97 e 83 doações efetivas em 2021 e 2020, respectivamente, no mesmo período. Quanto aos transplantes, foram 783 em 2021 e 434 em 2020.
Elodie Hyppolito também integra a equipe cearense de transplantes de fígado e reforça a importância da iniciativa, que existe desde 2003, e é capitaneada pela Fundação Edson Queiroz.
"É uma campanha muito exitosa. Na verdade, a Doe de Coração é uma das principais campanhas do Ceará. Ela é fundamental, um patrimônio não só da equipe de transplantes, mas do povo cearense”, destaca.
Nova marca da campanha
Outra atração da ocasião foi a apresentação da nova marca da campanha. Neste ano, o redesenho traz a assinatura do artista plástico, designer gráfico e ilustrador Mario Sanders. Nascido em Aquiraz, o cearense atua no segmento das artes desde 1980. Ele foi premiado no tradicional Salão de Abril e marcou presença em diferentes edições da Unifor Plástica.
Há cinco anos, o profissional usa a técnica do bordado como ferramenta de trabalho. Ao receber o convite para redesenhar a marca Doe de Coração, não teve dúvidas sobre o que faria: “Quando recebi o convite da Unifor, foi fantástico. Porque não é só uma marca, é o retrato simbólico do evento. Então, logo pensei no coração, na natureza, na vida”, diz.
Ao todo, foram 15 dias de desenvolvimento da marca, desde a ideia do coração, ao desenho do bordado e apresentação da peça. Segundo Sanders, o processo criativo pessoal passa pelo método tradicional.
Programação em setembro
Durante este mês de setembro, a Doe de Coração realiza um ciclo de palestras, entre os dias 5 e 29, além de atividades em espaços públicos como a avenida Beira-Mar e o Parque Estadual do Cocó, nos dias 24 e 25, respectivamente. Haverá sorteio de camisas, distribuição de folders, cartazes e outros materiais informativos para a população.
Ainda como parte da programação, a Unifor tem atividades com a participação de profissionais da saúde e pacientes de hospitais públicos e privados do Ceará, com os quais a Fundação Edson Queiroz firma parceria para amplificar as ações de estímulo à doação.
Ciclo de Palestras
A situação dos transplantes no Ceará pós-pandemia da Covid-19
- Palestrante: Eliana Barbosa, coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Ceará
- Data: segunda-feira (5)
- Horário: 9h30
- Local: Auditório da Biblioteca Central da Unifor
O papel da enfermagem no pré e pós-operatório de transplantados
- Palestrante: Mônica Studart, coordenadora da Residência Multiprofissional em Transplantes do Hospital Geral de Fortaleza (HGF)
- Data: 14 de setembro
- Horário: 9h30
- Local: Videoteca do Centro de Convivência
O contexto do transplante hepático no Ceará: realidade e desafios
- Palestrante: Ivelise Brasil, Médica no Hospital Geral de Fortaleza (HGF)
- Data: 20 de setembro
- Horário: 9h30
- Local: Auditório A-4 (Bloco da Pós-Unifor)
Os desafios do transplante pediátrico pós-pandemia da Covid-19
- Palestrante: Denissa Mesquita, médica-cirurgiã do Setor de Transplantes do Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC, e do Hospital Albert Sabin
- Data: 27 de setembro
- Horário: 9h30
- Local: Auditório do Bloco H
Os efeitos das vacinas contra Covid-19 nos transplantados
- Palestrante: Tainá Veras de Sandes Freitas, médica nefrologista do Serviço de Transplante Renal do Hospital Geral de Fortaleza (HGF)
- Data: 29 de setembro
- Horário: 9h30
- Local: Auditório A-4 (Bloco da Pós-Unifor)