Imagens das típicas lesões na pele causadas pela monkeypox começam a circular nas redes sociais, com a maior disseminação da doença. Entre os cearenses, este é o principal sintoma relatado até agora.
Dos 429 casos notificados à Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), até essa segunda-feira (22), pelo menos 366 apresentaram as chamadas “erupções cutâneas”, feridas na pele similares às da catapora.
Entre os 29 pacientes que testaram positivo para monkeypox, 28 possuem as lesões. Ainda conforme os dados da Sesa, atualizados na plataforma Integra SUS, 8 a cada 10 casos considerados suspeitos apresentam a manifestação cutânea.
A febre é o segundo sintoma mais frequente entre os casos suspeitos e os confirmados no Estado. Já a adenomegalia (inchaço no pescoço ou, popularmente, “ínguas”) apareceu em 13 dos 29 cearenses diagnosticados com a doença.
Em boletim, a Sesa que os casos detectados mais recentemente “apresentaram uma preponderância de lesões nas áreas genital e anal e acometimento de mucosas oral, retal e uretral”.
Os sinais e sintomas da monkeypox duram de 2 a 4 semanas, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), e desaparecem por conta própria, geralmente sem complicações.
No entanto, é possível a ocorrência de casos graves e óbitos. A evolução para a forma grave pode estar relacionada a fatores como forma de transmissão, suscetibilidade do indivíduo e quantidade de vírus inoculado no momento da transmissão.
Como ocorre a transmissão da monkeypox?
Entre humanos, o vírus é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados. Para evitar a estigmatização contra os primatas, que não têm relação com a incidência atual da doença, a OMS orienta que o termo "varíola dos macacos" não seja utilizado.
“Quando a crosta desaparece e há reepitelização, a pessoa deixa de infectar outras e, na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem em poucas semanas”, aponta a Sesa.
De acordo com o Ministério da Saúde, a monkeypox “é uma doença que exige contato muito próximo e prolongado para transmissão de pessoa a pessoa, não sendo característica a rápida disseminação”. Apesar disso, o vírus tem potencial epidêmico.
Como prevenir a monkeypox?
O médico infectologista Roberto da Justa destaca que a monkeypox não é uma doença nova, “já havia sido descrita nos anos 1960”, mas que a nova emergência apresenta maior transmissibilidade entre seres humanos.
É muito importante fortalecer o sistema de vigilância epidemiológica, pra identificação de novos casos e implementação das medidas de isolamento e contenção, assim como o monitoramento de contactantes de casos confirmados.
Em coletiva à imprensa em junho, Sarah Mendes, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, alertou que a doença também é transmitida por vias respiratórias, mas “prioritariamente por contato com as lesões”.
Dessa forma, “a recomendação é evitar contato com a pessoa que esteja confirmada ou suspeita. E as mesmas medidas preventivas para as outras doenças: uso de álcool em gel, higiene das mãos, distanciamento e, se estiver doente, ficar em casa".
As principais medidas de prevenção são:
- Evitar contato com pacientes suspeitos ou infectados;
- Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;
- Usar máscaras de proteção.
As medidas também valem para roupas, roupas de cama, talheres, objetos e superfícies utilizadas por pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Esses itens devem ser limpos da forma adequada.
O que fazer se tiver sintomas da monkeypox?
As autoridades de saúde recomendam que o paciente que apresentar sintomas da infecção pelo MPXV procure uma unidade de saúde, para atendimento médico. E não entre em contato com outras pessoas.
Qual é o tratamento da monkeypox?
Até o momento, não há medicamento aprovado especificamente para monkeypox, embora alguns antivirais tenham demonstrado alguma atividade contra o MPXV.
O tratamento dos casos tem se baseado, conforme boletim da Sesa, “no manejo da dor e do prurido, cuidados de higiene na área afetada e manutenção do balanço hidroeletrolítico”.
A maioria dos pacientes, observam as autoridades de saúde, apresenta sintomas leves e moderados. “Na presença de infecções bacterianas secundárias às lesões de pele, deve-se considerar antibioticoterapia”, acrescenta a Sesa.