Uma mãe denunciou uma médica da Unidade de Pronto Atendimento de Horizonte (Upa) após ter a filha de sete anos diagnosticada como "pessoa fingindo ser doente (simulação consciente)". Na sexta-feira (15), ela procurou a unidade hospitalar após a garota sentir fortes dores em um dos braços. Após ser atendida por outra profissional, foi detectado que a menina tinha uma rachadura do osso do braço.
Durante a última semana, Cibelle Rocha estava cuidando da filha com compressas de gelo e anti inflamatórios. Ao perceber que a garota não estava tendo melhora, resolveu buscar ajuda médica na Upa.
Ao ser atendida pela médica, a mãe da garota contou que a filha não conseguia erguer o próprio braço — mas o membro foi erguido pela profissional de saúde durante consulta. "Ela chacoalhou o braço da menina. Ela não reclamou de dor. Acho que ficou constrangida na hora. A médica disse que ela não tinha nada. Eu questionei se não ia pedir um raio-x e, à fina força, ela solicitou".
Ao caminhar até a sala de raio-x, Cibelle Rocha viu que no prontuário havia o registro de que a paciente estava fingindo uma doença. "Eu perguntei a ela se estava certo ou errado. E ela confirmou que era pra minha filha mesmo. Ela disse: 'é pra sua filha mesmo'. Eu respondi: 'eu só queria ouvir isso da sua boca'".
Registro de Boletim de Ocorrência
Ao ter a confirmação da anotação da médica, a mãe da garota foi até a Delegacia Municipal de Horizonte e abriu um Boletim de Ocorrência (B.O) contra ela. Em seguida, retornou à unidade hospitalar e foi atendida por uma pessoa da administração da Upa, que ofertou um novo atendimento.
Uma segunda médica me atendeu muito bem. Ela pediu raio-x do braço machucado e do outro para fazer um comparativo. Além da trinca no osso, apareceu um mancha. A médica se assustou e pediu uma ressonância
Após saber do caso, a Prefeitura de Horizonte entrou em contato a família para ajudar. Na manhã deste sábado, mãe e filha vieram para Fortaleza. A garota passou por exame de ressonância e, agora, passará por um novo exame médico na semana.
O que diz a direção da Upa
A Prefeitura Municipal de Horizonte, responsável pela unidade de saúde, informou — por meio de nota — que a UPA do Município "tomou todas as providências imediatas para garantir o atendimento adequado à criança. Outro profissional foi solicitado para reavaliar a paciente, identificando que a criança precisava de uma investigação mais profunda sobre uma possível fratura".
Conforme o Município, após articulação da equipe médica que estava acompanhando o caso, a criança passará por uma consulta com especialista, no Hospital Albert Sabin, em Fortaleza.
Médica foi afastada
Ainda segundo comunicado da Prefeitura de Horizonte, a médica envolvida no ocorrido não era uma profissional fixa do município e foi afastada da unidade hospitalar.
A Prefeitura de Horizonte lamenta profundamente o ocorrido. A conduta da médica não reflete os padrões éticos e profissionais esperados de profissionais de saúde em nosso município.
"Dessa forma, foi solicitado ao Instituto Gestão e Cidadania - ICG, órgão que gerencia da UPA de Horizonte, que não escale mais a profissional para futuros plantões. Assim, a médica em questão não estará mais atendendo na Unidade de Pronto Atendimento de Horizonte. Essa decisão visa assegurar que a confiança da comunidade no sistema de saúde seja restaurada", informou o Município.