Ceará supera média nacional e tem melhor índice de alfabetização de crianças do Brasil

Ranking foi divulgado pelo Governo Federal na manhã desta terça-feira (28)

Até 2030, a meta de todos os estados brasileiros é alfabetizar pelo menos 80% das crianças da rede pública na idade certa. O Ceará, em 2023, já superou o objetivo. Com o melhor índice de alfabetização do Brasil, o Estado está acima do patamar nacional e é o único com a meta já batida.

O ranking foi divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), na manhã desta terça-feira (28), em evento sobre os resultados do Compromisso Criança Alfabetizada, programa ao qual 100% dos municípios cearenses aderiram.

Ceará tem 85% de crianças do 2° ano alfabetizadas em 2023, dado do indicador nacional do MEC (que usou o Spaece e adaptou pra um modelo de alfabetização padrão no Brasil) para que fosse possível comparar as redes de todos os estados. De acordo com o Spaece (avaliação local), divulgado ontem (27), o estado atingiu  97% de crianças do 2° ano alfabetizadas em 2023. 

Os Estados fizeram um acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), através do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, para incluir perguntas sobre leitura e escrita nas provas já feitas por eles com seus alunos de 7 anos. Os itens então foram padronizados de forma comum a todos os Estados que participaram para que pudessem ser comparados e, agora, divulgar a percentagem de crianças que atingiu o ponto de corte que indica a alfabetização por estado.

O Compromisso Criança Alfabetizada foi instituído pelo Ministério da Educação em junho de 2023, por meio do Decreto nº 11.556/2023, com o objetivo de subsidiar ações dos estados e municípios para a promoção da alfabetização de todas as crianças. 

De R$ 1 bilhão distribuído entre os estados, o Ceará recebeu cerca de R$ 51 milhões, como informou, durante a solenidade, o governador do Estado, Elmano de Freitas.

O balanço chega um dia após a divulgação dos dados do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece 2023), que mostrou que 97,1% das crianças cearenses terminaram o 2º ano do ensino fundamental alfabetizadas – um salto de cerca de 12,5 pontos percentuais em relação a 2022.

 

Entre as estratégias do Compromisso Criança Alfabetizada, como listou o ministro da Educação, Camilo Santana, está a instalação de “cantinhos de leitura” nas salas de aula, além de formação de professores e distribuição de materiais didáticos específicos.

“Saltamos de 36% em 2021 para 56% das crianças alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental no Brasil. Mas ainda estamos muito longe do ideal, que é de 100% das crianças alfabetizadas”, projeta, ao citar dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que a meta de 80% “é baixa”. “Eu acho pouco 80%, precisamos chegar a 100%. Não tem sentido a gente explicar pra qualquer pessoa que neste País as crianças não são alfabetizadas quando estão na escola”, frisou.

Ceará na dianteira

Na solenidade, diversos governadores do Brasil e o presidente Lula citaram o Ceará como referência para implementação de políticas educacionais. “A experiência do Ceará é muito rica para quem quer resolver o problema da educação nesse País”, resumiu o presidente.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, comemorou o fato de o Estado já ter atingido, em 2023, uma meta estabelecida para 2030, mas ressaltou que o trabalho deve ser contínuo para universalizar a alfabetização. 

“O Ceará está muito orgulhoso, mas nosso desafio é não se acomodar: temos que chegar em 100%, porque queremos todas as nossas crianças alfabetizadas no 2º ano”, frisou, destacando os impactos da alfabetização na idade certa.

“Se a criança não for alfabetizada no momento adequado, quando ela chegar no 4º, 5º ano, todo o processo é comprometido, porque ela não consegue ler ou entender o que está lendo. A aprendizagem da criança é o elemento central da escola”, pontuou o governador.

Sobre a liderança do Ceará no ranking brasileiro, Elmano avaliou que “o objetivo não é comparar estados”, reconhecendo que “as realidades e processos históricos de educação em cada estado são diferentes”. 

“O fundamental do resultado do Saeb é avaliar nossas redes, entender as necessidades”, finalizou o chefe do Executivo cearense.