O Ceará recentemente registrou uma alta do número de casos de síndrome respiratórias em crianças, principalmente em Fortaleza. O crescimento motivou uma série de ações de ampliação e reforço do atendimento pediátrico, anunciada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e pela Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS) nesta segunda-feira (25).
Conforme o titular da Sesa, Marcos Gadelha, o crescimento de infecções respiratórias é comum entre os meses de março a junho, no entanto, a alta superou as expectativas e sobrecarregou o sistema de saúde estadual, sendo necessária a ampliação.
Segundo o secretário, a quantidade de atendimentos no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) em abril já é superior à soma dos outros três primeiros meses deste ano.
Entre as medidas anunciadas, está previsto um acréscimo de 58 leitos de enfermaria na rede do Estado, distribuídos entre o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA) e o Hias. Na Capital, 40 leitos cirúrgicos foram transformados em leitos de enfermaria no Hospital da Criança de Fortaleza.
A Sesa também informou que o atendimento de urgência e emergência no Hias foi reforçado, além de ter acrescentado 30 leitos de Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) crônicos na Sociedade de Assistência e Proteção à Infância de Fortaleza (Sopai), nesta unidade de saúde os leitos de retaguarda foram ampliados de 60 para 174 pela SMS.
Ações de reforço ao atendimento infantil no Ceará
- Acréscimo de 20 leitos de enfermaria e 10 leitos de UTI no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA);
- Ampliação de 38 leitos de enfermaria e reforço no atendimento de urgência e emergência do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias);
- Ampliação de 25 para 30 leitos de UCI crônicos na Sociedade de Assistência e Proteção à Infância de Fortaleza (Sopai);
- Ampliação do número de unidade de sentinela no Estado de 9 para 14;
- Ampliação do painel viral;
- Ampliação de contratação de plantonistas pediátricos na Unidades de Pronto Atendimento (UPAs);
- 40 leitos cirúrgicos foram transformados em leitos de enfermaria no Hospital da Criança de Fortaleza;
- Ampliação de leitos de retaguarda do Sopai de 60 para 174;
- Dois pontos de saúde estão com farmácias abertas nos feriados e fins de semana, para dispensação de medicamentos.
Pior cenário é em Fortaleza
Marcos Gadelha informou que o cenário é mais grave na Capital. Segundo a secretária da Saúde de Fortaleza, Ana Estela Leite, o número de atendimentos pediátrico nas UPAs cresceu 155% em 2022, quando comprado à 2021.
A tendência de alta se repete no Hospital da Criança de Fortaleza, que observou um aumento de 50,6% neste ano. As internações pediátricas também subiram na unidade saúde, cerca de 43% no mesmo período, conforme os dados divulgados pela titular.
A secretária executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional da Sesa, Tânia Mara Coelho, informou que, neste ano, a maioria da síndrome respiratórias em crianças registradas no Ceará é causada pela Influenza A.
Também foi verificado pela pasta um aumento classificado como “importante” de infecção por vírus sincicial respiratório, segundo mais comum no Estado. Outro dado divulgado na ocasião é que a incidência dos casos é maior no público entre 0 e 9 anos.
Expansão de leitos é limitada
Marcos Gadelha destacou que, até o momento, o número de óbitos infantis não seguiu a proporção dos casos de síndromes gripais, mas alertou haver um limite para a expansão de leitos na rede de saúde. Segundo ele, o principal fator limitante é a disponibilidade de profissionais especializados.
O secretário revelou que chegou a conversar com a administração de outros estados do País para checar a possibilidade de trazer profissionais desses locais para atender no Ceará, caso o cenário continue a evoluir negativamente.
Tanto os titulares da Sesa, como da SMS, fizeram um apelo para que pais e responsáveis façam os filhos participarem das campanhas de vacinação contra a influenza e o sarampo. Eles esclareceram que essa atitude ajudará a combater a evolução do número de infecções por síndromes gripais no Estado.
“Ampliação de leitos não era o que a gente queria, o que a gente queria era vacinar, pois chega um momento que você não tem mais como ampliar", explicou Tânia Mara Coelho.
Vacinação contra a Influenza
De acordo com a titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Ana Estela Leite, todos os 116 postos da Capital estarão oferecendo a vacina contra a Influenza. "Teremos salas de vacinas abertas em todos os postos para essa campanha. Além da Influenza, terá oferta de vacinas de sarampo e atualização do cartão de vacinação. O objetivo é que não tenhamos aumento de uma demanda que pode ser evitada através das vacinas", afirmou.
Ainda conforme a secretária, nos fins de semana, a prefeitura de Fortaleza disponibiliza o posto de saúde Paulo Marcelo, no Centro da cidade, e o posto de Messejana para quem deseja atualizar as vacinas.
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