Atendimentos por gripes triplicam no início de março nas UPAs de Fortaleza; confira cuidados

Crianças e idosos merecem atenção especial; formas graves de síndromes respiratórias causaram a morte de 28 cearenses nos dois primeiros meses deste ano em todo o Ceará

Já estão espirrando por aí? O início da quadra chuvosa e os encontros sociais favorecem os casos de síndromes gripais. O começo do mês de março registrou o triplo de atendimentos por gripes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza em relação ao igual período de janeiro. Enquanto foram 179 pacientes nos 12 primeiros dias daquele mês, já são 581 casos em março.

Os dados são os mais recentes do monitoramento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), consultados pelo Diário do Nordeste no portal IntegraSUS até esta quarta-feira (15). Entre janeiro e fevereiro, o aumento foi de 58,4% nas UPAs. Os pequenos, entre 0 e 4 anos, foram praticamente 2 a cada 10 pacientes.

Fevereiro deste ano, com 659 atendimentos, teve o maior número de pacientes desde novembro de 2022, quando foram 1.147. Março, em 12 dias, já superou o total de janeiro (416) e pode superar fevereiro em relação às pessoas atendidas devido à infecção por influenza, com pneumonias ou outras manifestações.

"Os sinais de alerta para a infecção por influeza são febre que ultrapassa 72h e desconforto respiratório, seja por ficar ofegante ou por fazer esforço físico e cansa rápido. Esse já não é mais um quadro leve", explica a médica Patrícia Santana, diretora de Processos Assistenciais das UPAs geridas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

A realidade dos postos de saúde da capital cearense também acompanha esse movimento. Enquanto em janeiro, foram 9.806 casos do tipo, em fevereiro foram 10.619 atendimentos por síndromes gripais. Ou seja, quase 380 pacientes por dia no último mês.

Além dos quadros respiratórios, os problemas estomacais causados por vírus são comuns durante os meses de chuva, como explica Luciana Passos, gerente da Célula da Atenção Primária de Fortaleza.

"Os primeiros 4 meses do ano é um período de muita propensão à infecção viral, tantos as viroses intestinais, como a da 'mosca', e a parte respiratória, como da influenza, adenovírus e rinovírus", detalha.

Os casos respiratórios são acompanhados de tosse, febre e secreção nasal. Mas também há outro tipo de manifestação da doença, que merece atenção especial.

“Tem os quadros gripais mais localizados no nariz e na garganta, que são as rinofaringites, e os quadros que acometem mais a parte sistêmica dando essa moleza e febre, que é um quadro mais propício a complicar com as pneumonias", alerta a especialista.

Quando buscar ajuda?

Os sintomas gripais, normalmente, são combatidos pelo próprio organismo entre 48h e 72h, mas a permanência ou agravo da situação do paciente pode exigir avaliação.

“Após esse período, se houver persistência de algum sintoma, ou o quadro piorar com moleza e febre, procurar assistência médica”, frisa Luciana Passos. Dois tipos de pacientes, inclusive, estão mais suscetíveis às formas graves.

"A imunidade das crianças não é bem desenvolvida e a dos idosos falham e por isso tem propensão que uma gripe venha a desenvolver um quadro de pneumonia”, detalha a especialista.

28 pessoas
Morreram por Síndrome Respiratória Aguda Grave, que também pode ser um agravo de gripes, em todo o Estado entre janeiro e fevereiro, conforme o Portal da Transparência do Registro Civil

Entre os cuidados, o descanso, hidratação e manter uma boa alimentação estão nas principais orientações para a recuperação das viroses.

“A gente recomenda repouso, hidratação boa para o corpo 'brigar' com o vírus, se alimentar bem e tentar evitar contato com outras pessoas", conclui.