A população da cidade de Madalena, no interior do Ceará, comemora, nos últimos dias, um fato inédito: a sangria do Açude Umari. Construído em 2011, o reservatório, até essa semana, nunca tinha atingido sua capacidade máxima de acúmulo de água, que é de 30 milhões de metros cúbicos. No dia 3 de abril, o açude sangrou e, desde então, tem sido um atrativo para moradores e visitantes da cidade do Sertão de Canindé.
O açude foi inaugurado em junho de 2011, quando o governador do Ceará era o atual senador Cid Gomes. Na época, foram investidos R$ 28 milhões na obra, e a projeção era de beneficiar 20 mil moradores de Madalena, tanto da sede como dos distritos.
Na atual quadra chuvosa, o Umari recebeu aporte expressivo, conforme dados do Portal Hidrológico do Governo do Ceará. No início de fevereiro, o açude estava com 49,66% da capacidade. Já nos primeiros dias de abril chegou em 94,58%, atingindo a capacidade máxima precisamente no dia 3 de abril.
Veja vídeo
Se comparada à situação de 2023, a mudança de condição foi extrema. Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), em março de 2023, o reservatório estava com menos de 2%. Agora, as águas que estão vertendo, informa a Cogerh, percorrem cerca de 30 km até o Açude Fogareiro, que também já atingiu a capacidade máxima e de lá, vão para a Barragem Quixeramobim.
População celebra sangria
A sangria do açude gerou repercussão na cidade que, há anos, esperava o fato. Nas redes sociais, a Prefeitura de Madalena anunciou que “está disponibilizando diariamente ônibus para que a população visite o Umari”.
Em publicação, a Prefeitura diz: “Pela primeira vez desde sua inauguração, o nosso açude Umari sangrou! E isso é motivo de muita festa para nossa cidade, é a água para o abastecimento da nossa população, e uma grande riqueza para nosso turismo”.
Nesta quinta-feira (5), os idosos atendidos no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) fizeram um passeio no reservatório.
De acordo com a Cogerh, “o fato traz mais segurança hídrica para a sub-bacia do Banabuiú, na região central do Estado, que possui hoje 39% das reservas totais”. Hoje, dos açudes monitorados pela Cogerh, 45 estão sangrando.