A vacinação contra a Covid no Brasil deve ganhar uma nova etapa: o Ministério da Saúde recomendou, na quarta-feira (4), que a 3ª dose seja aplicada em crianças de 5 a 11 anos. Fortaleza já tem quase 109 mil aptas ao reforço, mas não há imunizantes disponíveis.
Na capital cearense, 177.260 crianças de 5 a 11 anos tomaram a 1ª dose e 123.379 completaram o esquema vacinal, até a última segunda-feira (2).
Do total, 108.576 completaram o esquema há pelo menos 4 meses e, portanto, já podem a tomar a 3ª dose da vacina, segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
A SMS informou ao Diário do Nordeste que “não possui estoque de Pfizer pediátrica e aguarda o recebimento pelos órgãos responsáveis para dar continuidade ao esquema vacinal deste público”.
No Ceará, até 2 de janeiro, mais de 735 mil crianças de 5 a 11 anos já tomaram pelo menos uma dose da vacina contra o coronavírus, e quase 553 mil completaram o esquema. Não é possível saber, porém, quantas destas já estão aptas a tomar o reforço.
crianças entre 5 e 11 anos devem tomar a vacina contra a Covid no Ceará, de acordo com a meta da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
Em nota, a Sesa declara que “distribuiu todo o quantitativo recebido do imunizante aos municípios e aguarda envio, pelo Ministério da Saúde (MS), de doses para o reforço das crianças de 5 a 11 anos”.
O início da aplicação da 3ª dose nos pequenos, então, está condicionado ao recebimento de novos lotes. Até o momento, aponta a Sesa, o MS não informou uma previsão de distribuição aos Estados.
Reforço deve ser anual
A pediatra Vanuza Chagas destaca a importância da aplicação da 3ª dose no público infantil, diante de evidências científicas que mostram a queda dos níveis de anticorpos contra a Covid após 4 meses da 2ª dose.
“Após esse tempo, o que se vê já são essas crianças desprotegidas, estando mais suscetíveis a variantes, como a Ômicron, e a complicarem, terem casos mais severos, podendo levar à internação”, observa a médica.
Essa dose de reforço é importante para manter o nível de anticorpos satisfatório. Após a 3ª dose, chega a haver um aumento de 36 vezes na proteção.
Por esse motivo, a pediatra acredita que a vacina contra o coronavírus deve entrar no calendário anual de imunização de crianças. “Até porque a Covid está o tempo todo existindo, com novas variantes chegando, mesmo sem a gravidade inicial”, pontua.
Vanuza relembra ainda que “o público infantil, último a ter a vacinação liberada, era quem estava internando e tendo mais complicações” nas novas ondas da pandemia no Ceará e no País.
A pediatra alerta também para a necessidade de ampliar as coberturas de vacinas já tradicionais, como sarampo e poliomielite, em queda nos últimos anos.
“É preciso um grande trabalho de comunicação e por parte da saúde pública para valorizar a importância da vacinação, baseada na ciência, e combater as fake news. Quem não se vacina não só deixa de se proteger, mas tira nossa chance de erradicar doenças”, finaliza.