Poupança volta a ser atrativa; segurança maior é vantagem

Escrito por Redação ,

Aplicação mais popular entre os brasileiros, a caderneta de poupança acabou perdendo atratividade nos últimos anos, principalmente entre 2015 e 2016, quando seu rendimento não conseguia superar nem a inflação, o que significava perda real do poder de compra. No entanto, com o índice de preços do consumidor (IPCA) abaixo de 3% desde junho do ano passado, a caderneta voltou a ser vantajosa. Em maio, os depósitos na poupança superaram os saques em R$ 2,405 bilhões, sendo o melhor resultado para o mês desde maio de 2013, quando a captação líquida foi de R$ 5,625 bilhões.

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Embora continue sem apresentar uma rentabilidade atraente, se comparado, por exemplo com o Tesouro Selic ou de alguns fundos de renda fixa, a poupança apresenta alguma vantagem para o pequeno investidor, uma vez que seu rendimento é isento de imposto de renda e pela facilidade de fazer a aplicação. "A caderneta de poupança, como já é um investimento tradicional, de grande conhecimento das pessoas, acaba atraindo muitos poupadores. E com a inflação baixa, ela hoje traz uma rentabilidade real", diz o economista Allisson Martins.

Entretanto, Martins ressalta que a poupança traz algumas desvantagens, como a liquidez, já que os rendimentos são creditados mensalmente, fazendo com que o correntista tenha que esperar no mínimo 30 dias para recebê-lo, enquanto nos fundos DI (atrelados ao CDI ou à Selic) oferecido pelos grandes bancos, o resgate é automático e o rendimento diário.

Reserva

Se como investimento, a poupança não é o mais atraente, é possível utilizá-la como um porto seguro durante período de instabilidade como o atual, tanto pela facilidade de acesso como pela isenção de impostos. Assim, o recurso alocado na caderneta não sofre com as oscilações do mercado de capitais ou de títulos públicos e conforma o ambiente se torne mais estável, o investidor pode começar a migrar esses recursos para outros ativos de maior risco. Apesar do baixo risco em relação a outros investimentos, a poupança também oferece seus riscos, como ocorreu em 1990, quando o governo confiscou o dinheiro aplicado na caderneta pelos brasileiros.

O rendimento da poupança é calculado pela soma da Taxa Referencial (TR), definida pelo Banco Central, mais 0,5% ao mês, sempre que a Selic estiver acima de 8,5% ao ano. Quando a Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano, como ocorre atualmente, a remuneração da poupança passa a ser a soma da TR com 70% da Selic. Atualmente a Selic está em 6,5% ao ano.

Certificado

Outra aplicação de fácil acesso para os correntistas, são os Entre os CDBs (Certificado de Depósito Bancário), títulos emitidos pelos bancos para se capitalizarem, o que na prática é um empréstimo que o correntista faz à instituição.

Em geral, a rentabilidade é superior ao CDI, mas sua rentabilidade têm incidência de IR na tabela regressiva de renda fixa: 22,5% para aplicações de até 180 dias; 20% de 181 até 360 dias; 17,5% de 361 até 720 dias; e 15% acima de 720 dias.

Para as pessoas que vão investir nesses ativos, a recomendação é não ultrapassar o valor de R$ 250 mil na mesma instituição, já que esse é o valor máximo da cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) caso o banco quebre. 

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