Tesouro Direto ganha mais adeptos no País

Com nível de segurança comparável ao visto na poupança, os títulos públicos vêm ganhando espaço entre brasileiros

Escrito por Redação ,
Legenda: Mesmo com boa rentabilidade, título do Tesouro pode acabar gerando prejuízos no curto prazo aos investidores, antes do dia do vencimento
Foto: Foto: Fernanda Siebra

Com um perfil de risco semelhante ao da caderneta de poupança mas com melhor rentabilidade, os títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto vêm atraindo cada vez mais brasileiros. Além dos novos investidores, muitos migraram da caderneta. Entretanto, diante de um mercado instável como o atual, mesmo os títulos do tesouro sofrem variações diárias, de modo que o investidor pode acabar tendo prejuízo no curto prazo, a menos que leve os títulos até o dia do vencimento, quando, aí sim, receberá o valor investido acrescido dos juros contratados no dia da compra.

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Com títulos indexados à inflação (Ipca), à taxa básica de juros (Selic) ou prefixados, o Tesouro Direto não requer altos valores para começar, sendo possível investir a partir de R$ 30. "O Tesouro Direto é para um perfil de investidor que tem aversão a risco, e oferece uma remuneração média pouco acima da caderneta de poupança, com um risco semelhante", diz o economista e professor Ricardo Coimbra. "E a possibilidade de comprar frações de títulos facilita para o pequeno investidor".

Para quem não quer deixado o dinheiro parado na conta corrente ou na poupança e que precise sacar no curto prazo, os títulos indexados à taxa básica de juros (Tesouro Selic) são os mais indicados, uma vez que oferecem rendimentos diários acompanhando a Selic. Já quem pretende se proteger de um eventual avanço da inflação, há os títulos indexados ao IPCA. Estes, porém, têm prazos mais longos, e sofrem variações diárias. Neste caso, o investidor só terá o valor contratado se carregar o título até o vencimento.

Aposentadoria

Além da possibilidade de formar uma poupança com os títulos do tesouro, Coimbra destaca a possibilidade de, aos poucos, com aportes periódicos, formar uma carteira com títulos longos, pensando na aposentadoria. "Essa é uma opção interessante pensando no longo prazo para complementar a aposentadoria no futuro", diz o professor.

"Para aqueles indivíduos que estudam um pouco mais o cenário de longo prazo, tem títulos com vencimento para 2045, 2050, e a perspectiva é de que lá na frente pode ter juros mais baixos. Uma pessoa jovem pode pensar em ir comprando aos poucos e fazendo a previdência dele. Além disso, há muitas corretoras que não cobram taxas para o Tesouro Direto", diz Coimbra.

Perfil do investidor

De acordo com dados do Tesouro Nacional, a maior parcela dos investidores em títulos públicos (37%) tem de 26 a 35 anos, seguido por aqueles que têm de 36 a 45 anos (25%).

E 71% são homens, e 29% mulheres. Do total de investidores, 10% são da região Nordeste. Em abril, as vendas do Tesouro Direto atingiram R$ 1,004 bilhão. E os resgates totalizaram R$ 1,064 bilhão. No mês, o título mais demandado pelos investidores foi o indexado à Selic (Tesouro Selic), cuja participação nas vendas atingiu 41,7%. Enquanto os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) corresponderam a 38,5% do total e os prefixados, 19,7%.

O estoque do Tesouro Direto encerrou o mês, com um montante de R$ 47,8 bilhões, o que representou um aumento de 0,5% em relação ao mês anterior (R$ 47,6 bilhões) e aumento de 7,4% sobre abril de 2017 (R$ 44,6 bilhões).

Ao todo, 77.433 novos participantes se cadastraram no Tesouro Direto apenas em abril. E o número total de investidores cadastrados ao fim do mês atingiu 2.127.887, o que representa aumento de 55,8% nos últimos doze meses. O número de investidores ativos chegou a 600.541, uma variação de 26,1% nos últimos doze meses. No mês, o acréscimo foi de 9.507 novos investidores ativos.

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