Porto do Pecém atingirá 40 mi de toneladas em 2030

Em um cenário otimista, a movimentação de cargas do terminal portuário cearense chegará a 80 mi de t

Escrito por Raone Saraiva - Repórter ,
Legenda: Entre os dez ativos que integram o pacote de concessões do governo, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, localizado do município de São Gonçalo do Amarante, é considerado o mais atrativo economicamente para o Estado
Foto: Foto: José Leomar

O Porto do Pecém deverá chegar em 2030 movimentando, no mínimo, 40 milhões de toneladas (t) de cargas por ano, podendo atingir até 80 milhões t em um cenário mais otimista. A conclusão é representantes do Porto de Roterdã, que presta consultoria ao governo estadual desde setembro do ano passado. A expectativa é que, em breve, o terminal holandês passe de consultor a grande parceiro comercial do Estado, colocando o Ceará na rota do comércio internacional.

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"Eles nos apresentaram três cenários. No cenário pessimista, o Porto do Pecém, em 2030, movimentaria 40 milhões de toneladas. No cenário realista, a gente movimentaria 56 milhões de toneladas, e 80 milhões de toneladas no cenário otimista. No ano passado, movimentamos 7 milhões", diz Danilo Serpa, presidente da Cearáportos, empresa que administra o terminal.

Serpa participou do evento realizado nessa quinta-feira (25), na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), onde o governador Camilo Santana apresentou o Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas a empresários, políticos e secretários de governo.

Entre os dez ativos que integram o pacote de concessões do governo, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), no município de São Gonçalo do Amarante, é considerado o mais atrativo economicamente.

Embora o modelo de concessão para do equipamento ainda não tenha sido definido, a principal aposta do governo é na parceria público-privada (PPP), em que o Porto de Roterdã ganha maior visibilidade.

"Há uma possibilidade maior de parceria com o Porto de Roterdã, mas ainda vamos definir a modelagem. Fatores como a localização geográfica, novos berços de atracação de navios, novos equipamentos, complexo industrial e ZPE (Zona de Processamento de Exportação) colocam o Pecém em um cenário que despertou neles um segundo passo, que não é mais só a consultoria", destaca o presidente da Cearáportos. De acordo com ele, o governador Camilo, que visitou o Porto de Roterdã recentemente, deverá se reunir de novo com representantes do terminal holandês no próximo mês de setembro para tratar de questões relativas a possível parceria econômica. "Eles ficaram de nos informar duas datas para o governador escolher uma. Assim, a gente se prepara para dar esse segundo passo", observa.

Tancagem e alimentos

Uma vez firmada, a parceria com o Porto de Roterdã facilitaria a vinda de novas empresas ao Ceará. Os potenciais investidores, inclusive, já sinalizaram a atração de negócios nos segmentos de tancagem e alimentos. "Na hora em que a gente colocar Roterdã aqui, com a seriedade e o networking deles, uma porta de oportunidades vai se abrir para o Ceará. Essa empresa de tancagem, por exemplo, os sócios são russos. Por que eles pensam em investir no Ceará? Porque Roterdã pode estar aqui", acrescenta Serpa.

Valor agregado

Para Camilo Santana, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) é o equipamento que mais agrega valor ao Cipp e chama a atenção de grandes gestores portuários. O chefe do Executivo estadual acredita que, dentro do programa de concessões dos ativos à iniciativa privada, a parceria com o Porto de Roterdã é estratégica.

"A empresa conhece os investidores que estão interessados em siderúrgica, em refinaria, que têm eficiência no embarque e desembarque de contêineres, interesse em tancagem. O Porto de Roterdã, hoje, é um parceiro fundamental. Não sei qual o nível de parceria que vamos ter com ele, mas consideramos que é importante nesse nosso processo de planejamento", considera o governador.

Perfil do equipamento

Localizado no sul da Holanda, o Porto de Roterdã é o maior da Europa e continua tendo importância fundamental para o transporte marítimo e para as operações de comércio exterior. Operando há cerca de 700 anos, emprega mais de 1.200 pessoas e recebe mais de 35 mil navios anualmente.

Até 2004, foi considerado o maior do mundo, sendo ultrapassado pelos portos asiáticos de Xangai e Singapura. Com mais de 100 Km² e 40 Km de extensão, o equipamento é porta de entrada para um mercado de 500 milhões de consumidores.

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