PIB brasileiro cresce 0,4% no 1º trimestre

O nível de atividade econômica, contudo, está 5,7% abaixo do pico da série histórica, no 1º trimestre de 2014

Escrito por Redação ,

Brasília/Rio. A economia brasileira cresceu 0,4% no primeiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, informou, ontem (30), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O nível de atividade econômica está 5,7% abaixo do pico da série histórica, registrado no primeiro trimestre de 2014. Após a recessão em 2015 e 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% em 2017.

Neste ano, as projeções de analistas do mercado financeiro apontavam para um crescimento de 2,4%, com um aquecimento progressivo ao longo de 2018. Mas as recentes turbulências provocadas pela alta do dólar e pela greve dos caminhoneiros adicionaram incertezas a estas previsões. Um processo de revisão de baixa deverá ocorrer nos próximos dias. No primeiro trimestre, o PIB cresceu 1,2% em relação a igual período de 2017. No acumulado dos últimos quatro trimestres, a expansão foi de 1,3%.

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A projeção central dos analistas ouvidos pela agência Bloomberg para o resultado anunciado nessa quarta era de um crescimento de 0,3%, ante os três meses anteriores, e de 1,3% em relação ao primeiro trimestre de 2017. Dessa forma, o número veio acima do que previam os economistas.

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Consumo das famílias

Carro-chefe do PIB, o consumo das famílias segue em letargia. Após um crescimento de 0,1% no quarto trimestre, subiu 0,5% nos primeiros três meses do ano. A queda da taxa de juros para 6,5% ao ano trouxe condições mais positivas para a expansão do crédito.

Uma inflação "bem menor" no início do ano impulsionou a alta do consumo das famílias nas contas do . Na comparação com igual período de 2017, o consumo das famílias de janeiro a março avançou 2,8%, puxando o avanço de 1,2% no PIB como um todo. Mas a rigidez na redução dos spreads bancários fez com que a baixa não fosse totalmente repassada ao consumidor, o que ajuda a explicar a decepção com a reativação do consumo. Em relação ao primeiro trimestre de 2017, o consumo cresceu 2,8%.

Este caldo de dificuldades para o consumidor, porém, pesou contra os serviços, que oscilaram 0,1% em relação ao quatro trimestre. Já ante o primeiro trimestre de 2017, os serviços oscilaram 1,5%. O consumo do governo, limitado pela restrição dos gastos em meio ao ajuste fiscal, caiu 0,4% ante o quarto trimestre de 2017. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, caiu 0,8%.

Agropecuária

O IBGE informou o setor agropecuário registrou, novamente, números positivos neste primeiro trimestre, e cresceu 1,4% ante os três meses anteriores. Em comparação com igual período de 2017, houve queda de 2,6%.

Os economistas já esperavam que a indústria pudesse cair neste início do ano. Após um ano de alta na produção industrial em 2017, o setor iniciou o ano estagnado. No primeiro trimestre, o PIB da indústria oscilou 0,1% ante o último trimestre do ano passado, e teve alta de 1,6% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A construção civil, que é parte da indústria e também da conta de investimentos no PIB, cresceu em relação ao nível de atividade do fim do ano.

Investimentos

Os investimentos perderam fôlego, de uma alta de 2% no último trimestre de 2017, eles registraram alta de 0,6% no primeiro trimestre (na comparação com os três meses anteriores). Em relação a igual período de 2017, os investimentos cresceram 3,5%.

O cenário não é de retorno à retração da atividade, avaliam economistas. Mas o ritmo da retomada desaponta. Incertezas no cenário externo, com a alta dos juros americanos, se somaram a turbulências no front doméstico, mais recentemente com a greve dos caminhoneiros e os seus efeitos políticos. Isso afeta decisões de consumo e de investimento e torna mais débil o crescimento.

A taxa de investimento no primeiro trimestre marcou 16% do PIB, uma alta em ante o primeiro trimestre de 2017, quando a taxa era de 15,5%. A taxa de poupança também subiu para 16,3%, contra 15,8% no primeiro trimestre de 2017.

O PIB do primeiro trimestre não piora, mas reforça a sensação de que a economia não está andando, avalia o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores. As reavaliações sobre o desempenho da economia pelos analistas, diz ele, deverão refletir um cenário mais turvo no segundo trimestre e na segunda metade do ano.

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