Fundos DI passam a perder para a poupança

A queda da taxa básica de juros, a Selic, fez com que os fundos de renda fixa ficassem menos atrativos

Escrito por Redação ,
Legenda: É preciso fazer as contas para saber exatamente qual é a aplicação mais vantajosa, tendo em vista taxas de rendimento e de administração

Um dos principais produtos oferecidos pelos bancos aos correntistas, os fundos de renda fixa DI, que em grande parte seguem os rendimentos da Selic, também perderam atratividade com a queda da taxa básica de juros. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), com a Selic a 7,5% ao ano, a maioria dos fundos de investimentos com taxa de administração superior a 1% perderão para a caderneta.

Nesse cenário, uma aplicação de R$ 10 mil na poupança renderia R$ 525 em um ano (considerando um rendimento mensal de 0,43%, referente a 70% da Selic + TR), enquanto a mesma aplicação em um fundo com taxa de administração de até 0,5% ao ano renderia R$ 566. Com isso, a recomendação para quem investe em fundos com taxas de administração elevadas é migrar para outros fundos com menores taxas.

Baixo risco

Os fundos de renda fixa DI, são de baixo risco e têm a maior parte de seu patrimônio formada por títulos do governo. O maior problema, para essas aplicações, é a taxa de administração. Se nos grandes bancos é difícil encontrar taxas abaixo de 1% para pequenos investidores, nas corretoras independentes é possível encontrar fundos DI com taxa de 0,2% ao ano com aplicação mínima de até R$ 3 mil.

"Hoje, há plataformas como da XP ou da Guide, que oferecem fundos de investimento nos quais você consegue aplicar a partir de R$ 1 mil com produtos muito melhores do que os bancos oferecem, com menores taxas de administração e melhores rendimentos. Mas a pessoa precisa saber dos riscos e buscar conhecer sobre os ativos nos quais está investindo", diz Raul dos Santos, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef Ceará).

Opções

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), para fundos com aplicação mínima de R$ 1 mil a R$ 25 mil, a taxa de administração média é de 1,07%. Outra opção é investir em um título pós-fixado, via Tesouro Direto, o Tesouro Selic, cuja a taxa de custódia é de 0,3% ao ano. Assim, um fundo DI "barato" pode ser mais vantajoso no curto prazo.

Renda fixa

Entre as opções de renda fixa estão títulos públicos, títulos privados (debêntures) e ativos bancários, como CDB (Certificado de Depósito Bancário) ou letras de crédito (como LCI e LCA). Para o economista Ricardo Eleutério, os investimentos em renda fixa podem atender aos investidores de perfil mais conservador. "É uma opção segura, e com a queda da Selic e perspectiva de continuidade de redução até o fim do ano, ainda há boas oportunidades em fundos prefixados (cuja rentabilidade é definida no momento da compra de uma cota do fundo)", ele diz.

No caso de aplicações em CDBs de bancos pequenos e médios, que normalmente oferecem rentabilidade superior ao dos grandes bancos, acima do CDI (Certificado de Depósito Bancário), o economista Allisson Martins alerta que é recomendável limitar a aplicação a no máximo R$ 250 mil, uma vez que esse valor é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). "Vale lembrar que essa aplicação pode ser realizada através de corretora, o que dispensa a abertura de conta nestes bancos de menor porte", diz.

Com relação às LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio), que também se beneficiavam da Selic mais alta, Raul dos Santos diz que embora menos atraentes, as LCAs são, hoje, mais vantajosas do que as LCIs. "Os bancos emitem LCIs para emprestar para fazer captação para o setor da construção civil, que está em baixa, então elas estão com a remuneração menor", diz. 

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