No 5º dia de greve, caminhoneiros paralisam os dois sentidos da Avenida Mister Hull

Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão na Avenida para auxiliar no tráfego. É o 5º dia consecutivo de protestos dos caminhoneiros, apesar de acordo anunciado pelo Governo Temer

Escrito por Redação ,

A manhã desta sexta-feira (25) já começou com paralisações na Avenida Mister Hull. No primeiro momento, apenas o sentido Fortaleza-Caucaia estava bloqueado pelos caminhões. Agora, os motoristas estão impedidos de passar nos dois sentidos. Pelo menos 12 caminhões estão no local bloqueando a via, o que causa lentidão no trânsito. A Polícia Rodoviária Federal (PFR) confirmou que pelo menos 14 estradas federais, incluindo a Mister Hull, estão com bloqueios.

Com o ato, é o 5º dia consecutivo de ações de caminhoneiros em protesto pelo aumento do reajuste, apesar do acordo anunciado na última quinta (24) entre o Governo Federal e representantes nacionais da categoria

Quem passa pela Avenida Mister Hull está tendo que desviar e procurar rotas alternativas para chegar ao seus destinos e fugir do congestionamento. Uma longa fila de carros pode ser vista no local. Equipes da PRF estão na Avenida para auxiliar no tráfego. 

Acidentes

A PRF ainda relatou que dois acidentes graves ocorreram na Mister Hull na manhã de hoje. O primeiro foi uma colisão traseira de uma moto em um automóvel, com lesões graves no condutor da moto. O segundo um atropelamento de pedestre por um automóvel, também com lesões graves.

VÍDEO: protesto dos caminhoneiros nesta sexta

Greve é suspensa por 15 dias; duas entidades não aderem ao acordo

Após sete horas de reunião entre o governo federal e os representantes dos caminhoneiros, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) anunciou na última noite (24), que houve acordo pela suspensão da greve por 15 dias. Nove das 11 entidades presentes à reunião aceitaram a proposta do Executivo, que prevê um prazo de 30 dias para reajustes no preço do diesel. Esta era uma das principais demandas dos caminhoneiros, que queriam mais previsibilidade nos reajustes.

Para não interferir na política de preços da Petrobras e também garantir essa previsibilidade, o ministro Eduardo Guardia (Fazenda) disse que haverá um mecanismo de compensação à Petrobras a cada 30 dias, que terá que ser calculado mês a mês entre o preço que a estatal adotaria e o efetivamente adotado.

"O compromisso da Petrobras (de desconto no preço do diesel) é por 15 dias. Depois, a política volta normalmente. A política de preços continua preservada até a porta da refinaria", assegurou Guardia. O acordo do governo com caminhoneiros também inclui a manutenção do desconto de 10% no diesel por 30 dias.

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A paralisação nacional dos caminhoneiros começou segunda-feira (21) contra os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis. A greve, no entanto, afetou outros serviços, como os Correios, que quarta-feira (23) anunciou que suspendeu postagens de Sedex com dia marcado. 

Em Fortaleza, os postos de gasolinas aumentaram os valores praticados nas bombas. A greve também impactou o abastecimentos de aeroportos ao redor do Brasil, por isso a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recomendou aos passageiros, com voos marcados para os próximos dias, que consultem as companhias antes de se deslocarem para os aeroportos até que a situação se normalize. Até o momento, no entanto, de acordo com a Fraport, concessionária do Aeroporto de Fortaleza, as operações estão ocorrendo normalmente.

O abastecimento de frutas e hortaliças no Ceará também ficou comprometido devido à greve dos caminhoneiros e os preços dos produtos aumentou até 220% em um mês.

A insatisfação pelos altos preços dos combustíveis ainda afetou outra classe na Capital: a dos motoristas de aplicativos. Desde quinta-feira (24), eles se uniram aos caminhoneiros para protestar contra o aumentos nas bombas.

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