Após 20 anos, e-commerce quer manter expansão anual de 20%

Sem temer cenários econômicos adversos, segmento do varejo confia seu crescimento, principalmente, no maior acesso dos consumidores à tecnologia, especialmente, a móvel

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 00:00, em 17 de Maio de 2015)

Responsável por um faturamento de R$ 35,8 bilhões no ano passado, após 20 anos de existência no Brasil, o e-commerce (ou comércio online, como preferir) não tem empresários assustados com a possibilidade de condições econômicas adversas em 2015 e projeta um faturamento de R$ 43 bilhões para este ano, o que significa uma expansão de 20% sobre os 12 meses anteriores.

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A média é similar a registrada desde 2011, a partir de quando a média de crescimento - tanto do faturamento quanto das vendas - nunca esteve abaixo de 20% no País, segundo dados apurados pela e-bit.

 

"A inflação está começando a afetar a economia online, principalmente devido ao aumento do dólar. Mas a tendência é de crescimento desde os primórdios do e-commerce. E, se não cresce muito, o comércio eletrônico se mantém, a exemplo do que tivemos em 2008 (auge da crise internacional)", conta o diretor de Comunicação e Marketing da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.Net), Gerson Rolim.

Ambiente em crescimento

A força motriz de toda essa fortuna movimentada no ano passado e almejada para 2015 também só tende ao crescimento. Dos mais de 204 milhões de brasileiros, apenas 51,5 milhões - cerca de 1/4 da nação apenas - fizeram pelo menos uma compra online em 2014.

Destes, o levantamento da e-bit aponta 10,2 milhões de consumidores como debutantes, efetuando a compra via internet pela primeira vez na vida, o que, na prática, representa um mercado com uma enorme margem de crescimento - na qual os portais confiam para expandir o faturamento.

E a aposta é certeira, vide a quantidade de pessoas que têm o acesso à tecnologia massificado nos últimos anos.

Tendências

Sobre o que fazer para alcançar toda essa clientela, o diretor da Camara-e.Net aponta para as operações via smartphones e tablets, além da criação de uma sazonalidade própria e a mudança no modelo de vendas.

"Acredito que podemos criar outras datas, criando a nossa própria sazonalidade", cita Rolim, relembrando a Detonaweb promovida pela entidade em abril e que adiantou as compras do Dia das Mães - a segunda melhor data do varejo nacional.

Conforme o diretor, promoções online como a Black Friday, criada nos Estados Unidos e já consolidada na agenda do consumidor do Brasil, chegam a representar o volume de transação de dois meses e meio, pois visa atender a demanda para o Natal. Já no que diz respeito às operações do chamado mobile-commerce, o diretor afirma que deve ser a modalidade de compra de maior expansão no futuro próximo. "O crescimento do comércio eletrônico, onde você funde conceitos social, de geolocalização e mobilidade vão impactar fortemente e positivamente na experiência do usuário e no e-commerce nacional", afirma.

É para esta mudança do modelo de vendas que ele aponta como o próximo grande desafio do segmento, principalmente, ao agregar a prestação de serviços à gama de oferta dos sites.

Rolim disse acreditar que, no futuro, "vai ficar difícil separar o e-commerce do comércio convencional, e quando isso começar a acontecer, a experiência vai ser muito mais rica".

Saiba Mais

O número de pedidos feitos via internet, em 2014, foi de 103,4 milhões, expansão de 17% maior que no ano anterior. O tíquete médio foi de R$ 347, 6% maior que em 2013.

Moda e Acessórios são a categoria mais vendida, seguida de Cosméticos e Perfumaria, Eletrodomésticos, Telefonia, e Livros e Revistas.

4 em cada 10 brasileiros fizeram compra em site estrangeiro, em 2014. Sites chineses respondem por 55% da última compra.

Entre os principais motivos para comprar em sites internacionais estão preço mais baixo, produto não disponível no Brasil e lançamento que não chegou ao País.

Armando de Oliveira Lima
Repórter

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