O compositor cearense Ricardo Bezerra tinha 29 anos na época do lançamento de “Maraponga”. O LP, produzido pelo renomado parceiro Raimundo Fagner e editado pela CBS, reunia nove composições do autor local. Gravado no Rio de Janeiro, o álbum era um cartão de visitas repleto de parcerias entre Ricardo e gente como o próprio Fagner (“Cavalo Ferro” e “Manera Fru fru Manera”), Stelio Valle e Soares Brandão.
A produção tinha o propósito de endossar Ricardo Bezerra como mais um nome forte dentre os cearenses que, naquele período, davam as cartas na MPB. Dividido entre a carreira musical e a arquitetura, o compositor optou profissionalmente pelo segundo caminho. Nesta quinta (6), “Maraponga”, e seus 40 anos de história, será apresentado durante um show especial, realizado no Cineteatro São Luiz (Centro).
Com a direção musical de Ricardo, Mimi Rocha e Pedro Madeira, o show contará com as participações especiais de Mona Gadelha (idealizadora da homenagem), Nélio Costa, Tito Freitas; Vinícius e Miguel (netos do compositor); além do tecladista Thiago Almeida. A Orquestra Popular do Nordeste também acompanhará o artista cearense.
Fagner foi sondado para participar do momento, mas, segundo Ricardo, a agenda lotada do parceiro não permitiu a confirmação. “De qualquer modo, espiritualmente ele estará lá. Tenho várias músicas em parceria com o Fagner. (Em 1977) foi quem produziu o disco e arregimentou os músicos”, situa o compositor. Ricardo observa que o show é um “resgate coletivo”.
A celebração pontua uma revisão “das nossas tomadas de decisões. A academia (a Universidade Federal do Ceará) me deu um suporte financeiro, pra tocar a vida e criar minha família. Mas me aposentei, e a música está rebrotando com uma releitura amadurecida desse tempo todo”, reflete.
Show
Ao vivo, Ricardo Bezerra deve cantar e tocar piano. O compositor fará, também, um papel de “mestre de cerimônias”, contando histórias sobre as composições. “E de compositores como o Petrúcio Maia, Stélio Valle, Alano Freitas. Muitas vezes a gente associa a autoria da composição aos cantores, quero esclarecer isso (o crédito dos autores)”, adianta.
“Maraponga” remete à memória do sítio onde Ricardo e sua companheira, Bete, viviam em Fortaleza. Antes da produção do LP, o lugar era um ponto de encontro de artistas e amigos do casal. Fagner morou no local e visitantes ilustres como Rita Lee, Gonzaguinha, Alceu Valença e Zé Ramalho ainda passaram por lá.
Serviço
Show comemorativo dos 40 anos disco Maraponga
Data: Quinta (6)
Horário: 19H
Local: Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 - Centro)
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)