Marisa Orth está em cartaz com duas peças de teatro - uma delas seu primeiro monólogo. Com 60 anos completados em outubro do ano passado, ela avalia o momento como extraordinário, e se vê “na metade” do caminho. “Tem mais 40 anos de carreira pela frente”, sustenta, orgulhosa. As informações foram dadas ao site gshow.
"Não tenho muito essa coisa da data redonda. Os 59 não são muito diferentes... Depois dos 55, você começa a pensar. É um processo fluido, não é: ‘Nossa, que susto, 60’. Você vai se acostumando com a ideia”, avalia.
A atriz, no entanto, reconhece que alguns clichês se mostram reais com o passar do tempo. “Tento ficar o mais bonita que consigo, o mais saudável que consigo, o mais feliz que consigo. Isso está cada vez mais claro”, relata Marisa.
Neste tempo em que a idade das mulheres é assunto muito batido na mídia, Marisa prefere destacar outra questão que o tema carrega.
“Acho que antes desse assunto do etarismo a gente tem que falar de feminismo, porque o que eu tenho visto é que as meninas de 30 estão sofrendo do etarismo. Então acho que isso é um debate, um afluente do debate principal que é uma coisa do feminismo, dessa grande mudança”, pontua.
Totalmente voltada ao teatro
A semana toda de Marisa é marcada pelo trabalho no teatro. De terça a quinta-feira ela está em cartaz com “Radojka – Uma Comédia Friamente Calculada”. Já, sexta, sábado e domingo a dedicação está no premiado monólogo “Bárbara”. Ambas as montagens estão em São Paulo.
“Nunca fiz isso na vida, duas peças ao mesmo tempo. Já fiz cinema e teatro, televisão e teatro, show e teatro, agora duas peças é a primeira vez. É legal, como antigamente os atores ficavam em cartaz de terça a domingo. Chique, né?”, diz, orgulhosa.
Bárbara
Inspirado na autobiografia de Barbara Gancia, o espetáculo rendeu o prêmio Bibi Ferreira de Melhor Atriz à Orth. A luta contra o alcoolismo é o tema central do monólogo, descrito como um “texto forte, cômico e, ao mesmo tempo, emocionante”.
“Graças a Deus, nunca tive um quadro. Não sou dependente alcoólica, posso beber com uma super moderação, cada vez menos. Me divirto e quando não tem, tá tudo certo também. E fico feliz por isso, mas sempre alerta, e depois dessa peça cada vez mais alerta”, conta.
Marisa quer se transformar
Questionada sobre novos trabalhos e o que gostaria de fazer, Marisa se diz pronta para ser desafiada, quem sabe com mais papéis de vilã.
“Quero fazer uns personagens mais diferentes mesmo, fazer coisas de caracterização, que eu nunca fiz. Nunca fiz uma louca, nunca fiz uma doente, sabe? Desafios de atriz. Queria me transformar mais, que as pessoas acreditassem mais ainda na minha capacidade de transformação. É isso”, diz Marisa.