Período de férias é sinônimo de diversão na praia. O sol e a brisa do mar são convidativos para apreciar vários petiscos a exemplo de camarão, amendoim, queijo na brasa e o famoso ovinho de codorna. Ao ser comparado com o ovo de galinha, em quantidades iguais, o alimento apresenta valor calórico, teor de gordura, cálcio, fósforo, ferro e zinco em maior quantidade. Além disto, pode auxiliar o funcionamento cerebral por conter o composto colina, nutriente com propriedade antioxidante.
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Segundo a nutricionista Luciana Pereira, o ovo de codorna também é fonte de proteína. "A vitamina D é necessária para saúde óssea e a vitamina A é conhecida por atuar na visão. Assim como o ovo de galinha, a iguaria possui alto valor nutricional, vitaminas E, A, D e do complexo B, além de minerais e gorduras". O alimento também é de fácil digestão, mas isso varia de pessoa para pessoa", afirma.
"Por apresentar uma maior densidade de nutrientes, o ovo de codorna acaba sendo mais nutritivo que o de galinha, mas isso não o torna mais saudável, ambos são boas opções a serem incluídas na alimentação desde que adequado à necessidade e ao caso clínico de cada indivíduo", orienta a nutricionista.
Atenção ao consumo
O Brasil caracteriza-se entre os dez maiores produtores mundiais de ovos e quase tudo é consumido nacionalmente, contribuindo para o mercado interno. Apesar da ampla degustação do ovo de galinha, o derivado da codorna está ganhando espaço, principalmente em restaurantes, como acompanhamento de diferentes receitas. Porém, alguns cuidados são necessários para evitar problemas.
De acordo com o professor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rafael Zambelli, os ovos de codorna vendidos na praia merecem atenção. O consumidor deve observar a integridade da casca e a presença de odor forte, pois uma vez danificada, a contaminação por bactérias e fungos, como a Salmonella, pode de fato ocorrer.
Essa bactéria promove uma infecção denominada de Salmonelose que desencadeia dores no abdômen, calafrios, desidratação e perda de apetite, além de febre e dor de cabeça. No caso de ovos já preparados é necessário analisar a higiene do local e a do ambulante.
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Se o ovo foi produzido na residência do vendedor e está sem qualquer refrigeração, pode haver contaminação por outras bactérias como a Staphyloccocus Aureus e Escherichia coli. Estes dois gêneros estão presentes na flora intestinal e vias aéreas dos humanos, portanto, é uma contaminação por má higienização dos manipuladores", alerta.
O professor Rafael Zambelli também orienta o consumo em casa, ressaltando o cuidado com o armazenamento para evitar a proliferação bacteriana da casca e ajudar na conservação da gema e da clara.
Fonte de proteína
Outra dica é que o uso de temperaturas mais amenas diminui a velocidade das reações de deterioração do ovo. Já na preparação, o cozimento deve ser completo. "A aplicação de calor é letal para as bactérias. Procure consumir também ovos de codorna novos, dentro do prazo de validade e em locais confiáveis", lembra.
De acordo com a nutricionista Luciana Pereira, durante muito tempo o ovo foi considerado vilão, pois acreditava-se que contribuía no aumento do colesterol sanguíneo. Porém, pesquisas comprovaram que o seu consumo, como parte de uma alimentação equilibrada e balanceada, não aumenta o risco cardiovascular. Assim, a degustação desse alimento pode ir além da época de férias.
"O ovo de codorna tem a versatilidade de ser consumido nas diferentes refeições do dia, inclusive nos lanches, representando uma boa fonte de proteína". A forma, entretanto, para introduzir este alimento na sua dieta, deve ser orientada pelo nutricionista, pois vários fatores pessoais irão influenciar nessa escolha.