Quem anda pelas ruas de Mossoró consegue reviver momentos históricos do Nordeste. Os prédios, as praças e igrejas remontam e respiram a típica cidade do interior. Em plena festa de São João, o forró e o teatro se misturam ao passado da cidade. Turistas de várias partes do Brasil, que visitam o município, conhecem o Rio Grande do Norte por meio da peça teatral Chuva de Bala - conflito do povo mossoroense com o bando de Lampião. Sangue, dor e a união são levados em cena por 85 atores em 1h30 de show. O adro da Igreja de São Vicente é o palco do espetáculo.
A tradicional peça de apresentação do município potiguar conta a história da batalha dos mossoroenses com o bando de Lampião, quando o cangaceiro foi colocado para fora da cidade. Adaptado do texto original do poeta e escritor Tarcísio Gurgel, a montagem leva anualmente ao palco artistas locais.
O espetáculo "Chuva de Bala no país de Mossoró" é uma adaptação do texto original, e anualmente os diretores têm a tarefa de contar em um musical a resistência dos mossoroenses e de como o prefeito Rodolfo Fernandes e mais de 200 moradores impediram que a cidade potiguar, em 13 de junho de 1927, há 92 anos, não fosse invadida.
Até hoje, a torre da igreja tem as marcas do dia em que a Terra de Santa Luzia viveu o tiroteio. Na tentativa de invadir a cidade do Oeste potiguar, um dos cangaceiros do bando, Jararaca, saiu ferido. Segundo os historiadores, ele foi enterrado vivo no cemitério local.
Em cadeiras brancas da Igreja de São Vicente, o público começa a se reunir no fim da tarde na porta do templo religioso para ver o espetáculo teatral. O milho cozido e assado, a batatinha frita e o espetinho acompanham os espectadores. Durante todas as sextas-feiras do mês de junho, às 21h, o espetáculo é montado em praça pública no Centro do município. Ao fim da peça, o público cai no forró.
Memorial
Outro local que chama atenção na cidade é o Memorial da Resistência. Um museu ao ar livre com imagens de Lampião e os jagunços, além de cenas de datas históricas do município de Mossoró. Localizado na Avenida Rio Branco, o ambiente é composto por três andares, abrigando módulos que contam diferentes temas e momentos do cangaço, com fotos dispostas em diversos painéis. No primeiro módulo, o visitante irá encontrar a história do movimento; no segundo, a biografia dos heróis da resistência. Já no terceiro módulo, é possível ver a evolução da arquitetura da cidade. No último módulo, salas de projeções, filmes e consultas virtuais que podem ser feitas sobre o cangaço.
Assista:
Nesta semana, foi aberta a segunda exposição dos alunos da Escola de Artes de Mossoró deste ano. São cerca de 50 trabalhos em artes visuais pintados em óleo e desenhados com lápis grafite. As peças são assinadas por turmas de artes visuais, alunos do professor Carlos Careca expostos na sala Joseph Boulier.
O tema da exposição é "Mossoró Cidade Junina" e conta inclusive com trabalhos de pessoas com deficiência. A exposição segue aberta no Memorial da Resistência nos horários comerciais até o dia 10 de julho.