Cauã Reymond, 40, deu alguns detalhes sobre os gêmeos que vai interpretar na novela "Um Lugar ao Sol" durante participação no painel "Gêmeos: Qualquer Semelhança Não É Mera Coincidência" na CCXP Worlds, nesta sexta-feira (4). A trama de Lícia Manzo, que deve estrear na faixa das 21h na Globo.
O ator, que já teve a experiência de interpretar gêmeos na minissérie "Dois Irmãos" (2017), contou que o novo trabalho tem sido bem diferente. Além de contar com um dublê, como no primeiro trabalho do tipo, ele disse que agora também ouve a própria voz, gravada previamente, enquanto contracena com um objeto no qual sua imagem será inserida depois.
"Eu contraceno com uma bola verde", contou. "Eu converso com ela, porque ao mesmo tempo que a tecnologia trouxe muitas facilidades, ela também traz novos desafios, e esse desafio é contracenar com você mesmo."
Cauã também contou que o retorno às gravações, que já tinham começado quando a pandemia estourou e tiveram de ser paralisadas, foi um pouco mais tranquilo porque teve mais tempo de ensaiar.
"Um deles acaba conduzindo de forma mais sólida, fica mais presente, mas fico me perguntando como o público vai entender esses personagens", antecipou. "Estou curioso para saber como vai ser o resultado e torcendo por resultado que o público goste."
"Estamos todos mais inseguros, alguns mais do que os outros", disse sobre a retomada. "Eu já me contaminei, então me sinto de certa forma mais protegido, mas tem gente que diz que não é assim."
O ator também contou que, apesar do trabalho dobrado, o salário é um só. "Eu não estou ganhando dobrado", garantiu. Ele disse ter ouvido nos bastidores da Globo que Glória Pires conseguiu negociar receber em dobro quando fez Ruth e Raquel em "Mulheres de Areia" (1993), mas não sabe se a história é verdadeira.
Christiane Torloni, que fez Fernanda e Vitória em "Cara e Coroa" (1995), disse como foi viver duas personagens ao mesmo tempo. "É uma experiência maravilhosa porque você tem acesso a um leque emocional amplificado", garantiu. "Fica um processo muito vivo, é muito intrigante."
Ela contou que foi ajudada pelo fato de ter tido filhos gêmeos. "Essa experiência de ser mãe de gêmeos me fez conviver de uma forma muito especial com as diferenças", disse. "Eles eram absolutamente iguais e, desde pequenos, já brincavam de um se passar pelo outro. Eu colocava os dois na minha frente e o olhar que me dizia quem era quem."
Já Tony Ramos, que fez João Vitor e Quinzinho em "Baila Comigo" (1981), disse que se baseou unicamente no roteiro para compor seus dois personagens. "O ator, a atriz, nós dependemos de uma única coisa, do texto", afirmou. "O ator tem que saber o que vai nas entrelinhas do texto. É saber o que o autor põe no miolo."
"Eu não convivi com gêmeo nenhum, eu fiz os meus gêmeos", disse. "A única coisa que eu pedi é que ia trabalhar com uma oitava a menos na voz para o João Vitor e duas oitavas a mais para o Quinzinho."
Ele disse que, na época, ainda não havia tantos recursos tecnológicos. "Exigia de mim, eu tinha um dublê com as minhas características, que eu abraçava quando precisava", disse. "Mas eu gravava tudo do lado de um, depois tudo do lado do outro.