Bienal Internacional de Dança reúne mostras nacionais e internacionais em programação virtual

Em sua 7° edição, o evento apresenta também seminários para discutir dança na pandemia

O corpo é o principal instrumento de trabalho daqueles que têm a dança como profissão. No atual contexto, as performances se adaptam à falta do contato físico para continuar levando a arte para a casa das pessoas por meio do ambiente virtual. Essa proposta acompanha a 7° edição da Bienal Internacional de Dança do Ceará, que em 2021, mantém a tradição dos anos anteriores com apresentações de companhias de diversas partes do mundo, mas em formato inédito. 

A Bienal de Par em Par apresenta até domingo (14) uma programação inteiramente virtual com seminários e mostras internacionais. Dentro das atividades previstas, o evento contava ainda com performances ao vivo que seriam transmitidas dos palcos do Theatro José de Alencar e do Porto Dragão, mas que foram adiadas em virtude do lockdown em Fortaleza. 

Enquanto não é possível conferir as performances ao vivo, o público pode participar das atividades do projeto Rede Confluentes, que reúne 7 mostras, com artistas de todos os continentes. Nesta quinta (11), a programação fica por conta do espetáculo “Corpos em Perspectivas”, a partir das 18h. Já na sexta (12), a Bienal traz a mostra carioca “Face a Face e Raízes”, a mostra argentina “Videodanza BA” e a mostra “Solar”, produzida pela Casa Hoffmann, de Curitiba. 

No fim de semana, os espetáculos “Videodanza BA” e “Solar” retornam a programação no domingo (14), ao lado das mostras “Transbordamentos” e “FiveLabs”. Esta última faz parte do Festival Internacional FiverTour, que acontece na Espanha, sendo responsável por reunir artistas de mais de 200 artistas de várias nacionalidades desde a sua criação, em 2013. A mostra “FiveLabs” também pode ser conferida no sábado (13), a partir das 18h, com a mostra “Universitária”. 

“As mostras confluentes, que são programações de vários espaços e murais importantes tanto para o Brasil quanto para o exterior, foram materiais importantes para os artistas do Ceará perceberem como as pessoas estão trabalhando com isso diante da situação da pandemia”, afirma David Linhares, diretor-geral da Bienal Internacional de Dança do Ceará. 

Ao longo dessa semana também estão previstas as atividades do Seminário TEPe, que conecta Brasil e Portugal por meio da Filosofia, oferecendo palestras e muita dança. Nesta quinta (11), o seminário discute o consumo de imagens nas redes sociais durante o lockdown com a palestra “Pop-up”. Na sexta (12), haverá o debate sobre os padrões da desinformação, com o seminário “Infodemics”.

Na sequência, no sábado (13), a Bienal convida a pesquisadora Daniela Guimarães da Universidade Federal da Bahia (UFBA) para discutir o tema “RESTO: no tempo, no silêncio, na escuta”. Para o encerramento, no domingo (14), o evento apresenta a proposta de ação do projeto Temporal, a qual convida artistas a caminharem em suas cidades, plantarem seu corpo-árvore em um local sem arborização e dançarem. 

“A Bienal de Par em Par se propõe a ser um evento que trabalha com transversalidade e com as últimas tecnologias, em vídeo, em software e tudo isso. A gente imaginou um evento que se adaptou perfeitamente ao contexto de pandemia que se vive”, diz o diretor. 

Adiamento

O uso da tecnologia também está presente nas mostras locais, que já são uma tradição da Bienal. A proposta desta edição é que essas apresentações fossem transmitidas ao vivo dos palcos do Theatro José de Alencar e do Porto Dragão através de cinco câmeras, sendo uma delas em realidade virtual 360°. A ideia do do cineasta Alexandre Veras foi adiada em virtude do lockdown em Fortaleza, em vigor desde 5 de março. 

“As pessoas teriam pela câmera em 360° a sensação e a emoção de estarem dentro do Theatro José de Alencar ou no Teatro do Porto Dragão”, diz David. 

A intenção é que os registros das apresentações também sirvam como portfólio para que as companhias cearenses possam apresentá-la em curadorias nacionais e internacionais, explica o diretor da Bienal Internacional de Dança.

“A gente vai fazer esse registro tanto transmitindo o espetáculo, como vai fazer o registro de todas essas companhias para que eles recebam o making off, toda essa edição ao vivo e uma segunda edição que será feita pelo Veras para que isso possa fazer parte do portfólio das companhias e que isso possa ser um registro da Bienal de Par em Par, para as instituições do Ceará dessas companhias que a gente tem aqui e que nunca foi feito até hoje”, completa David.

Serviço

Bienal Internacional de Dança

Até domingo (14), a partir das 15h. Mais informações no site.