Primeira mulher a tomar posse na presidência da Academia Cearense de Letras (ACL), Angela Gutiérrez enfatizou a importância da cultura em seu primeiro discurso como nova gestora da instituição.
“Sei que atravessamos um período histórico de dificuldades tão graves que a Cultura vem sendo vista, por alguns, como um adorno, um luxo, e não como uma das expressões fundamentais da individualidade e da coletividade, da nacionalidade e da própria humanidade”, afirmou durante solenidade de posse da nova diretoria da ACL, realizada nesta quarta-feira (30) no Palácio da Luz, centro de Fortaleza.
No texto, lido para uma plateia composta por grandes nomes e incentivadores da literatura local, ela também deu destaque à história da Academia e suas diferentes fases enquanto entidade, costurando os fatos com sua própria trajetória enquanto criança, jovem e adulta amante do universo dos livros.
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De igual forma, não faltou espaço para que expusesse o que almeja realizar como titular do posto máximo da casa, além de conferir foco à relevância da figura de Alba Valdez (1874-1962), primeira mulher a ingressar na ACL. “Que a fortaleza e a inteireza dessa mulher inspirem todos os membros desta Casa!”, torceu.
O sentimento de otimismo deu o tom da última parte do discurso, quando Angela arrematou:
“Se seguirmos a divisa da Academia, “Aos determinados, nada é difícil”, e contarmos com o apoio necessário, podemos ultrapassar as ondas do increspado mare magnum e contribuir para a formação cultural e cidadã, construindo o que Paulo Freire chamava o ‘historicamente impossível’”.
Angela Gutiérrez assume o biênio 2019-2020 e sucede Ubiratan Aguiar na gestão da Academia Cearense de Letras, tendo como vice-presidente o poeta e professor Juarez Leitão.