O Facebook anunciou, nesta segunda-feira (19), o lançamento de podcasts e salas de áudio ao vivo. Os novos recursos, conforme a plataforma, servem para estimular conversa entre as pessoas, em um movimento que parece tentar fazer frente ao aplicativo Clubhouse, em franco crescimento.
"Achamos que muita mágica acontece com a interseção de formatos de áudio, bem como na combinação de texto, áudio e vídeo", pontuou o chefe do app do Facebook, Fidji Simo, no blog oficial da empresa.
O plano do Facebook de inserir recursos de áudio na rede social chega para evitar a migração de usuários para o Clubhouse. O gigante tem observado um aumento constante na busca por funções de voz, desde chamadas no Facebook até mensagens de áudio no WhatsApp e no Messenger.
A plataforma criada por Mark Zuckerberg está desenvolvendo novas ferramentas de criação em áudio que Simo descreveu como "um estúdio de som portátil". Conforme Simo, elas permitirão que as pessoas criem formatos curtos, como pequenas histórias, piadas e momentos de inspiração, os "Soundbites".
"Embora acreditemos muito no poder do áudio de formato curto, também sabemos que algumas histórias e conversas merecem mais tempo no ar", ressaltou.
Podcasts e salas ao vivo
Mais de 170 milhões de pessoas estão conectadas a páginas do Facebook centradas em podcasts, e cerca de 35 milhões de usuários são membros de grupos de fãs do formato. No entanto, para ouvir um podcast a partir do Facebook atualmente, é preciso sair da rede social.
"Nos próximos meses, você poderá ouvir podcasts diretamente no aplicativo do Facebook, enquanto usa o aplicativo ou com ele em segundo plano", afirmou Simo. Desse modo, a rede social vai ampliar sua parceria com o Spotify para oferecer a seus usuários as opções de ouvir e compartilhar podcasts, segundo a empresa.
O Facebook também planeja começar a testar as "Salas de Áudio ao Vivo", recurso que espera disponibilizar para todos os usuários em meados deste ano.
Para tornar suas ofertas de ferramentas e formatos de áudio sustentáveis a longo prazo, o Facebook está trabalhando em maneiras de permitir que os criadores de conteúdo ganhem dinheiro, de acordo com Simo.
Os criadores que iniciarem Salas de Áudio ao Vivo poderão ser pagos diretamente pelos fãs, e o Facebook pretende adicionar a opção de cobrar pelo acesso, indicou Simo.
Segurança e privacidade dos novos recursos
Além disso, a plataforma anunciou que proteções de segurança e privacidade estão sendo adicionadas aos recursos de áudio. A revelação vem um dia depois do Clubhouse anunciar ter fechado uma nova rodada de investimentos, a qual permitirá ao popular aplicativo de áudio ao vivo escalar sua resposta à crescente demanda.
Lançada no ano passado, a plataforma com sede em San Francisco está tentando se estabelecer como o estandarte em áudio digital e já inspirou imitações. Fontes indicam que a startup é avaliada em US$ 4 bilhões.
A ação do Facebook é "uma resposta natural a uma ameaça competitiva", disse o analista de tecnologia Rob Enderle, do Enderle Group. "Se você não fizer nada, poderá se tornar o MySpace", acrescentou ele, referindo-se à rede social pioneira que caiu no esquecimento após a chegada do Facebook.
O analista observou ainda que o Facebook tem adotado um padrão de compra de startups que representam potenciais ameaças ou cópia de recursos que estão atraindo usuários da web.